PF apreende lancha e documentos em nova fase da Lava Jato no noroeste paulista

Policiais estiveram em um rancho em Santa Fé do Sul e em três locais no município de Fernandópolis.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em duas cidades da região noroeste paulista, na manhã desta quarta-feira (31), durante a 62ª fase da Operação Lava Jato. Uma lancha e documentos foram apreendidos.

De acordo com a Polícia Federal de Jales (SP), um mandado de busca e apreensão foi cumprido em um rancho de Santa Fé do Sul (SP), pertencente ao empresário Cleber Faria. A embarcação que estava ancorada no Rio Tietê foi apreendida.

Outros três mandados foram cumpridos no município de Fernandópolis (SP) contra Walter Faria, dono do grupo Petrópolis e sobrinho de Cleber.PF apreende lancha e documentos em nova fase da Lava Jato no noroeste paulista

PF apreende lancha e documentos em nova fase da Lava Jato no noroeste paulista

O Grupo Petrópolis informou que “seus executivos já prestaram anteriormente todos os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes. Informa também que sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos”.

Casa onde foi cumprido mandado durante a Operação Lava Jato — Foto: Informa MaisCasa onde foi cumprido mandado durante a Operação Lava Jato — Foto: Informa Mais

Casa onde foi cumprido mandado durante a Operação Lava Jato — Foto: Informa Mais

Investigação

A 62ª fase da Operação Lava Jato mira o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais e operações de lavagem de dinheiro feitas pelo Grupo Petrópolis, da marca de cerveja Itaipava.

O presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, que não foi localizado.

De acordo com a PF, foram expedidos um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão. Até as 10h desta terça-feira, três pessoas haviam sido presas.

As investigações da Lava Jato envolvendo o Grupo Petrópolis remontam a 2016, quando uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi achada na casa do executivo da construtora Odebrecht Benedicto Junior.

Segundo delação do executivo, a construtora utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014.

Em setembro de 2017, Walter Faria entregou à Polícia Federal planilhas com informações sobre repasses da empresa a políticos a pedido da Odebrecht. De acordo com os documentos, 255 doações foram realizadas somente nas campanhas de 2010 e de 2012, somando mais de R$ 68 milhões.

Além da Itaipava, o grupo Petrópolis é dono de marcas de cerveja como Crystal, Lokal e Petra, além do energético TNT. O grupo tem sete fábricas em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso.

Polícia Federal cumpre mandado em rancho de empresário que está sendo construído no noroeste paulista — Foto: Informa Mais

Polícia Federal cumpre mandado em rancho de empresário que está sendo construído no noroeste paulista — Foto: Informa Mais

Lavagem de R$ 329 milhões

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quarta-feira, as investigações apontam que Walter Faria e outros executivos do Grupo Petrópolis atuaram na lavagem de cerca de R$ 329 milhões de reais em contas fora do Brasil.

Os investigadores apontam ainda que Faria usou o programa de repatriação de recursos de 2017 para trazer ao Brasil, de forma ilegal, R$ 1,4 bilhão que foram obtidos por meio do esquema.

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