Cremesp investiga morte de bebê de 11 meses após passar por duas cirurgias no coração em Rio Preto

Segundo a família, que saiu do Acre para cirurgia no interior de SP, houve troca de médico no 1º procedimento; já o segundo teria ocorrido por causa de erro cirúrgico. Hospital informou que ‘todos os procedimentos foram realizados por profissionais especializados’.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que vai investigar a morte da bebê de 11 meses após passar por duas cirurgias no coração.

Ana Vitória Araújo da Silva estava internada no Hospital da Criança e Maternidade (HCM), em São José do Rio Preto (SP), para corrigir um defeito do septo atrioventricular. Ela morreu no domingo (19), mesmo dia em que os pais procuraram a delegacia para registrar um boletim de ocorrência por homicídio culposo.

Além do Cremesp, a Polícia Civil de Rio Preto vai instaurar inquérito para investigar a morte. O caso foi encaminhado para o 5º Distrito Policial.

O hospital informou que “todos os procedimentos foram realizados por profissionais especializados e altamente capacitados no atendimento e tratamento da patologia da paciente, e que a equipe médica e multiprofissional adotou protocolos reconhecidos nacional e internacionalmente”.

Troca de médico e erro cirúrgico

No dia 19 de julho, Ana Vitória foi submetida ao primeiro procedimento para corrigir um problema no coração. A segunda cirurgia foi feita no dia 3 de agosto. Em seguida, a menina foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e morreu no dia 19 de setembro.

Depois de serem comunicados sobre a morte da filha, os pais da bebê, que moram no Acre, relataram à Polícia Civil que a primeira cirurgia deveria ter sido feita por um determinado médico, mas outro especialista foi o responsável por realizá-la.

De acordo com o boletim de ocorrência, o médico que fez o segundo procedimento – e que seria o especialista que faria a cirurgia inicial, segundo a família – teria dito que foi necessário corrigir o erro cirúrgico da válvula que ficou em cima de um nervo, que a criança não estava pronta para passar pela primeira cirurgia, e que precisou colocar uma prótese mecânica e um marcapasso definitivo para tentar corrigir a válvula que estava deteriorada devido ao tempo que passou da primeira cirurgia.

“O mais angustiante é você ouvir do médico que se ele tivesse operado minha filha estaria viva. Isso é o mais angustiante”, conta o pedagogo Antônio Ribeiro da Silva, pai de Ana Vitória.

 

Ainda segundo Antônio, ele e a esposa estão depressivos após a morte da filha. “Perdi mais ou menos 15 quilos e minha mulher uns oito. Só tomo café preto e não durmo de noite. Estou depressivo e minha esposa também, devido a gente todo dia ouvir essa situação. A gente que investigue, que o hospital se esclareça, que seja confrontado, que seja feita acareações”, diz o pai.

O Hospital da Criança e Maternidade disse que, em respeito à ética que rege a relação entre médico e paciente e em cumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não fornece informações sobre o atendimento, procedimentos realizados e o quadro clínico da paciente.

“O hospital ressalta, no entanto, que, caso seja solicitado por autoridades públicas, irá colaborar para o esclarecimento dos fatos sobre o atendimento e tratamento da paciente. O hospital faz questão de destacar, mais uma vez, que todos os seus profissionais ficam sempre consternados quando um paciente falece ou o caso clínico tem o desfecho que não é satisfatório”, consta em um trecho da nota enviada ao g1.

Login

Bem vindo! Faça login na sua conta

Lembre de mimPerdeu sua senha?

Lost Password