Brasileiros ajudam a desenvolver tecnologia que permite “ver” a dor

Muitos pacientes, especialmente aqueles que estão sob anestesia ou sofrem de problemas emocionais, não conseguem se comunicar precisamente sobre sua dor.

Por essa razão, pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram uma tecnologia para ajudar os médicos a “ver” e mapear a dor do paciente em tempo real, através de óculos especiais de realidade aumentada. O estudo, que conta com a participação de dois brasileiros – Alex Da Silva, professor da Escola de Odontologia, e Thiago Nascimento, pesquisador da mesma instituição de ensino – foi publicado no Journal of Medical Internet Research.

A tecnologia foi testada em 21 pacientes odontológicos voluntários e os pesquisadores esperam poder incluir outros tipos de dor e condições no futuro. “O estudo de viabilidade é um bom primeiro passo para pacientes odontológicos”, disse Alex Da Silva, que também é Diretor do Laboratório de Dor de Cabeça e Dor Orofacial.

A plataforma portátil CLARAI (Realidade Clínica Aumentada e Inteligência Artificial) combina a visualização do cérebro com dados, usando neuroimagem para navegar pelo cérebro do paciente enquanto ele está na cadeira.

“É muito difícil para nós medir e expressar nossa dor, incluindo a expectativa em torno dela e a ansiedade associada”, disse Alex Da Silva. “No momento, temos um sistema de classificação de 1 a 10, mas isso está longe de ser uma medida de dor confiável e objetiva.”

No estudo, os pesquisadores desencadearam a dor nos pacientes administrando ondas frias nos dentes. Os pesquisadores então usaram dados de dor no cérebro para desenvolver algoritmos que, quando combinados com um novo software e hardware de neuroimagem, previram dor ou a ausência dela em cerca de 70% do tempo.

Os participantes usaram uma touca equipada com um sensor que detectou alterações no fluxo sanguíneo e na oxigenação, medindo assim a atividade cerebral e as respostas à dor. Essa informação foi transmitida para um computador e interpretada pelos pesquisadores.

Usando óculos especiais de realidade aumentada (neste caso, o Microsoft HoloLens), os pesquisadores puderam ver a atividade cerebral do sujeito do estudo em tempo real em um modelo de cérebro reconstruído, enquanto os participantes sentavam-se em uma cadeira clínica.

Os pontos vermelhos e azuis na imagem denotavam a localização e o nível da atividade cerebral, e esse “sinal de dor” foi exibido na tela de realidade aumentada. Quanto mais sinais de dor o algoritmo aprende a ler, mais precisa será a avaliação da dor.

O uso da realidade aumentada na medicina

A realidade aumentada tem o potencial de ser um grande ator de mudança no setor de saúde. “Em poucos anos de sua implementação na medicina, a realidade aumentada já ocupa um lugar de destaque na rotina de equipes médicas e tem impacto direto na vida dos pacientes” comenta Lucas Coppi, do site MAGODATECNOLOGIA.

A tecnologia vem sendo usada em cirurgias (cirurgia minimamente invasiva), na educação de futuros médicos e em diagnósticos. As ferramentas de RA também podem ajudar a detectar os primeiros sinais de depressão e outras doenças mentais através da leitura de expressões faciais, tons de voz e gestos físicos.

FONTE: Unsplash.com – https://unsplash.com/photos/CEM52sAHR80

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