‘Vi a morte’, diz funcionária de padaria perseguida e agredida por pedir para cliente colocar máscara

Caso foi registrado em Palmares Paulista, cidade do interior de SP, na última sexta-feira (11). Adriana Araújo da Silva, de 38 anos, precisou passar por cirurgia para colocar uma placa de metal.

A atendente Adriana Araújo da Silva, de 38 anos, que foi agredida após pedir para um cliente colocar a máscara de proteção contra o novo coronavírus em uma padaria de Palmares Paulista (SP), afirmou que sentiu medo de morrer durante as agressões.

O caso foi registrado na tarde da última sexta-feira (11). A vítima ficou com hematomas por todo o corpo e precisou ser submetida a um procedimento cirúrgico por conta de uma fratura em um dos braços.

“Eu vi a morte. Lembrava da minha mãe, dos meus filhos, não acreditava que iria sobreviver. Tinha muita gente olhando, mas ninguém fazia nada. Olhei o sangue e pensei que morreria”, desabafou a atendente.

Segundo Adriana, o homem, identificado como Márcio Roberto Rodrigues, de 45 anos, entrou na padaria com a máscara para baixo do queixo e ficou nervoso depois de ser avisado sobre a obrigatoriedade de usar o acessório de forma correta.

“Ele jogou as coisas que ficam no balcão em cima de mim. Não satisfeito, deu a volta e entrou. Saí correndo e fiquei na frente da padaria, achando que o cliente pararia. Assustei e saí correndo, pedindo por ajuda, mas ele me acompanhou e me deu uma rasteira. Tentei levantar, mas o homem chutou e quebrou meu braço”, afirmou Adriana.

Depois de receber ajuda de uma amiga que presenciou as primeiras agressões, a atendente conta que conseguiu se levantar e correu para uma casa, que estava com o portão aberto. Porém, Márcio seguiu a vítima novamente.

“O dono da casa pediu para sairmos. Eu dei a volta no carro, com o braço quebrado, e consegui chegar a uma outra padaria. Encontrei o dono e a mulher na porta. O homem chegou e deu um soco no dono da padaria. Sentei na calçada. Ele veio e bateu minha cabeça no joelho dele”, relembrou a vítima.

Enquanto era agredida pela segunda vez, Adriana se levantou, correu e encontrou uma moradora, que a abraçou e a colocou para dentro de uma casa. Em seguida, a atendente foi levada para o pronto-socorro de Catanduva (SP).

“Aconteceu tudo isso por causa de uma máscara. Não o conhecia. Ele simplesmente não quis colocar a máscara. Ele era enorme. Se eu não tivesse corrido, não estaria aqui. Não sei de onde achei forças para correr”, disse atendente.

“Quero Justiça. Quero que seja preso e pague por tudo, inclusive pela minha cirurgia. Ganho um salário mínimo. Estava trabalhando. Ele entrou no meu serviço e fez isso. Não sei por quanto tempo vou ficar nessa situação. Enquanto eu estava no hospital, com dor e sofrendo, o homem estava na casa dele. Não é justo”, complementou.

Moradores revoltados

Segundo o boletim de ocorrência, moradores ficaram revoltados com a confusão, agrediram o homem e acionaram a Polícia Militar, que enviou viaturas para o bairro Jardim União.

De acordo com o boletim de ocorrência, o agressor também precisou ser levado ao pronto-socorro e, posteriormente, à delegacia, onde foi liberado na presença da advogada.

Ele não prestou depoimento ao delegado de plantão, pois estava sob “efeito de medicação ministrada” pela equipe médica para acalmá-lo.

O caso foi registrado como lesão corporal e a Polícia Civil vai decidir se um inquérito será instaurado.

G1

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