Presidente dos Estados Unidos também se disse disposto a fazer um acordo para ajudar a economia iraniana.
Neste sábado (22), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que aplicaria novas sanções ao Irã, mas também se disse disposto a um acordo para ajudar a castigada economia do país, em um aparente movimento para diminuir as tensões desde a derrubada de um drone americano nesta semana pela república islâmica.
Trump indicou que o governo americano estava seguindo um caminho diplomático para pressionar Teerã na declaração deste sábado em Washington, antes de viajar ao retiro presidencial de Camp David, onde disse que deliberará sobre o Irã.
“Aplicaremos mais sanções ao Irã”, disse Trump a repórteres. “Em alguns casos, estamos indo devagar, mas em outros, mais rápido.”
Uma ação militar “sempre esteve em cima da mesa”, disse o presidente, que acrescentou, no entanto, estar aberto a um acordo com o Irã que, segundo ele, melhoraria a castigada economia do país.
“Não vamos deixar o Irã obter armas nucleares e, quando aceitarem isso, terão um país rico, ficarão muito felizes e eu serei seu melhor amigo”, prosseguiu Trump.
“Se pudéssemos colocar o Irã de volta nos trilhos da reconstrução econômica, isso seria fantástico”. Mas, enquanto isso, “vamos continuar adicionando sanções econômicas”, declarou o republicano.
Irã fez ameaças
Neste sábado, o Irã advertiu os EUA que qualquer ataque contra seu território teria consequências devastadoras para os seus interesses na região, depois que o presidente americano cancelou ataques de retaliação contra a República Islâmica.
“Atirar uma bala em direção ao Irã irá provocar a destruição dos interesses da América e de seus aliados” na região, declarou o porta-voz do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas iranianas em uma entrevista à agência Tasnim.
O presidente americano Donald Trump disse na sexta-feira (21) que cancelou no último minuto ataques contra o Irã para evitar um número alto de vítimas, mas manteve suas ameaças de represálias contra Teerã, que abateu um dia antes um drone dos Estados Unidos, fato que agravou a crise entre os dois países.
Tensões crescentes
Apesar de repetirem que não querem uma guerra, a escalada e os vários incidentes no Golfo fazem temer um confronto direto entre Estados Unidos e Irã.
As tensões não pararam de aumentar desde a retirada americana, em maio de 2018, do acordo internacional sobre a energia nuclear do Irã, seguida pela reintrodução das sanções contra o Irã.
A situação piorou com ataques a petroleiros na região do Golfo em maio e junho, e dos quais Washington acusa Teerã, que nega.
Quanto ao drone americano abatido, os iranianos alegam ter “provas irrefutáveis” de que o aparelho entrou no espaço aéreo e escreveram ao secretário-geral e ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar uma ação “de provocação” e “muito perigosa” dos EUA.
Washington afirma que a aeronave foi atingida no espaço aéreo internacional e pediu uma reunião na segunda-feira do Conselho de Segurança da ONU.