Polícia francesa prende mais 4 suspeitos de degolar professor que mostrou caricatura de Maomé

Ao todo, 9 pessoas foram detidas. Homem apontado como responsável por decapitar a vítima foi morto pela polícia.

A polícia da França prendeu entre a noite desta sexta-feira (16) e a madrugada deste sábado (17) mais cinco suspeitos de participação no assassinato de um professor que mostrou caricaturas de Maomé a seus alunos. Assim, o número de detidos pelo crime subiu para nove. O homem apontado como o responsável por decapitar a vítima foi morto pela polícia.

Entre os novos presos estão dois pais de alunos do instituto onde o professor Samuel Paty, de 47 anos, trabalhava. De acordo com a investigação, eles discutiram com o educador por causa da caricatura de Maomé exibida em sala de aula. Os muçulmanos acreditam que qualquer representação do profeta é uma blasfêmia.

Também foram presas três pessoas próximas ao agressor e quatro familiares dele, incluindo um menor de idade.

O caso aconteceu na sexta, por volta das 17h locais (12h de Brasília), perto da escola onde o professor lecionava em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena cidade 35 mil habitantes a 50 quilômetros de Paris.

Segundo fontes da polícia francesa, o homem que cometeu o crime era um russo de origem chechena de 18 anos. Os agentes afirmam que tentaram prendê-lo após o ataque, mas ele estava agressivo e, por isso, foi necessário abrir fogo e matá-lo.

O agressor era refugiado e vivia na cidade de Evreux, a noroeste de Paris. Ele não era conhecido pelos serviços de inteligência, disse o promotor Jean-François Ricard.

Agressor pediu para mostrar vítima

Jean-François Ricard, promotor da Procuradoria Nacional Antiterrorista da França, disse neste sábado que o agressor pediu a alunos da escola que mostrassem a ele quem era o professor.

Uma fotografia do corpo do professor foi descoberta no telefone do agressor, que chegou a postá-la no Twitter, com a seguinte mensagem: “Em nome de Alá, o mais gracioso, o mais misericordioso, … ao Macron, líder dos infiéis, executei um de seus cães infernais que ousou depreciar Mohammad.”

A postagem foi removida rapidamente pelo Twitter, que disse ter suspendido a conta por violar a política da empresa.

‘Terrorista’

O presidente da França, Emmanuel Macron, visitou o local da ocorrência e a considerou um atentado terrorista islamista.

“Um de nossos compatriotas foi assassinado porque ele ensinava seus alunos sobre liberdade expressão, liberdade de crer ou de não crer”, afirmou Macron. “Não é por acaso que foi um professor que esse terrorista matou. Porque ele queria matar a república nos seus valores, as luzes, a possibilidade de fazer nossas crianças cidadãs livres.”

A Procuradoria Nacional Antiterrorista da França abriu uma investigação por “assassinato em conexão com uma empreitada terrorista” e “associação criminosa terrorista”.

FONTE: Informações | g1.globo

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