Ômicron representa 97,8% dos casos de Covid na região

Ômicron é predominante em casos de Covid-19 na região de Rio Preto. Dados são do Instituto Butantan que iniciou projeto de mapeamento de novas variantes nesta segunda-feira, dia 7, em Mirassol

A variante Ômicron representa 97,8% dos casos positivos de coronavírus na região de Rio Preto. É o que aponta dados do Instituto Butantan que iniciou nesta segunda-feira, dia 7, um projeto de mapeamento de novas variantes em Mirassol. O objetivo é atualizar a situação epidemiológica do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto.

Os dados do Instituto Butantan mostram que, de 138 amostras da região sequenciadas até 15 de janeiro deste ano, 135 foram identificadas como da Ômicron e três eram da Delta.

O estudo foi liderado pelo Instituto Butantan, mas contou com a participação de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) e de outros centros de pesquisas do Estado de São Paulo, como a Faculdade de Ciências Agronômicas, da Unesp de Botucatu.

Segundo a virologista e pesquisadora do departamento de ciências biológicas da Unesp de Rio Preto, Paula Rahal, para acabar com o surgimento de novas variantes, é necessária uma boa cobertura vacinal global. “Não adianta somente Rio Preto ter boa cobertura vacinal, é necessário que as cidades vizinhas também possuam. O mesmo deve acontecer no mundo, precisamos vacinar globalmente para diminuir a circulação do vírus e evitar o surgimento de novas variantes. Sem contar a importância de continuar tomando os cuidados sanitários, como usar máscara”, explicou.

Paula integra o projeto de pesquisa Corona-Ômica.BR.MCTI Network, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que assim como o Instituto Butantan, também estuda o surgimento de novas variantes. “Muita gente fala que a Ômicron é mais leve. E não é isso. Ela está sendo leve nas pessoas vacinadas. Se tivéssemos enfrentando a Ômicron sem a vacina, seria devastador”, disse Paula.

Pesquisadores também descobriram que a variante Ômicron é mais transmissível e sofreu mutações nos sintomas. Diferentemente da variante Gama, que era predominante na região de Rio Preto no ano passado, os pacientes de agora, com a Ômicron, possuem um cansaço extremo e mais dores pelo corpo (confira as diferenças na arte).

“Apesar da variante Ômicron ser mais transmissível, muitos casos poderiam ser evitados com medidas simples que as pessoas relaxaram, como uso de máscara e evitar lugares fechados com pouca ventilação”, disse Ulysses Strogoff de Matos, médico infectologista do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Laboratório

A vice-diretora do centro de desenvolvimento científico do Instituto Butantan, Maria Carolina Sabbaga, conta que o projeto do laboratório móvel em Mirassol busca identificar novas variantes que circulam na região de Rio Preto. “No laboratório, nós recebemos as amostras que foram coletadas e identificamos a presença ou não do vírus da Covid-19. No caso das amostras positivas, realizamos o sequenciamento para saber qual variante é. O resultado não chega ao paciente, mas apenas para vigilância sanitária municipal que adota as medidas que achar cabível”, destacou a pesquisadora.

Além de Mirassol, outros municípios da região de Rio Preto também serão mapeados pelo Instituto Butantan nos próximos dias: Pindorama, Bady Bassitt, Bálsamo, Guapiaçu, Tanabi e Fernandópolis. As cidades também receberão o laboratório móvel. “Em Mirassol, estamos com seis pesquisadores e também temos toda uma equipe de gestores de dados que trabalham conosco para conseguirmos ter sucesso nos sequenciamento”, explicou.

Variantes
Coronavírus

Os vírus são especialistas em mutação, por isso conseguem sobreviver e se adaptar
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: são as mudanças que ocorrem no código genético do vírus ao ser replicado
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: é o vírus que sofre mutação no RNA. Essa variação pode trazer ou não mudanças nas características do vírus
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: é uma variante que tem características diferentes e, portanto, se comporta de maneira diferente em relação ao vírus original. Essas diferenças de comportamento podem ser sutis ou óbvia. Ou seja toda cepa é uma variante, mas nem toda variante torna-se uma cepa

Variante Ômicron

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: identificada na África do Sul, a variante foi batizada pela OMS como Ômicron (décima quinta letra do alfabeto grego)
Tem 50 mutações em relação ao vírus original – 30 delas no spike, proteína que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19
Foi classificada como altamente contagiosa
Variantes e sintomas

Ômicron

Cansaço extremo
Dores pelo corpo
Dor de cabeça e garganta
Febre e coriza

Delta

  • Febre e coriza
  • Dor de cabeça
  • Espirros
  • Dor de garganta
  • Tosse persistente

 

Gama (Manaus)

  • Febre
  • Tosse
  • Dor de garganta
  • Falta de ar
  • Diarreia
  • Vômito
  • Dor no corpo
  • Cansaço e fadiga
  • Covid clássica

    • Febre
    • Tosse seca
    • Perda do paladar
    • e/ou do olfato
    • Cansaço

     

    Dados de sequenciamento pelo Butantan

    • 138 amostras da região foram sequenciadas até 15 de janeiro deste ano
    • 135 foram identificadas como sendo da Ômicron
    • 3 foram identificadas como Delta
    • Fonte: Instituto Butantan e reportagem

      Nova variante no Brasil

      A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo confirmou nesta segunda-feira, 7, a primeira infecção da linhagem BA.2 da variante Ômicron do coronavírus. Na semana passada, pesquisadores Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmaram que o subtipo da Ômicron é ainda mais transmissível.

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