Morre jovem com tumor gigante em Praia Grande; família fala em “negligência” 

Ele foi transferido para unidade de saúde na capital paulista, mas já chegou com quadro de metástase. Mike Eduardo Andrade da Silva tinha 26 anos. 

Ontem (28), morreu o jovem Mike Eduardo Andrade da Silva, de 26 anos. Ele ficou mais de um mês internado no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral paulista, aguardando uma vaga para tratar de um grande tumor na perna. Uma semana após dar entrada na Santa Casa de São Paulo, ele não resistiu. A família acusa o hospital litorâneo de negligência. 

Mike deu entrada no Irmã Dulce em 16 de julho com fortes dores e um inchaço na coxa. Segundo familiares, durante a internação, ele recebeu apenas medicação para aliviar a dor. Ele passou por consulta na Santa Casa de São Paulo, mas retornou ao litoral por falta de vagas. 

Mike conseguiu a transferência para a Santa Casa de São Paulo, que tem tratamento oncológico, via Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). A transferência seria em 12 de agosto, mas isso só ocorreu no dia 19. 

“A biópsia que ele fez no Irmã Dulce não acusou nada. Em São Paulo, ele fez outra e constou o tumor”, disse Luciane de Freitas, prima dele, nesta quinta-feira (29). O exame mostrou que Mike já estava com metástase, quando o câncer se espalha por outros órgãos. Ele já não andava mais. 

“Disseram que ele não tinha muita chance de vida”, conta Luciane. A prima revelou que a Santa Casa solicitou ao Irmã Dulce um relatório referente a um procedimento cirúrgico que Mike fez na unidade, em 2012, para implantar uma placa na perna. Ele ajudaria no diagnóstico. 

“Quando meu primo chegou em São Paulo, eles pediram um relatório da placa. Só hoje eles entraram em contato para dizer que estava pronto. Hoje, depois que ele morreu”, explicou. A família de Mike diz que o Hospital Irmã Dulce agiu com negligência. 

“A gente acredita que a demora no tratamento aqui foi o que levou ele a morrer. Foi mais de um mês no Irmã Dulce a base de remédios, não foi feita tomografia. Com certeza foi negligência. Se ele tivesse recebido tratamento antes ele teria sobrevivido”, desabafou. 

O velório de Mike está marcado para começar às 8h desta quinta-feira, no Cemitério Municipal de São Vicente, e o sepultamento ocorrerá às 13h, no mesmo local. 

O que dizem os hospitais 

Em nota, a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce esclareceu que emitiu relatório médico, que acompanhou o paciente na data de sua transferência ao hospital de destino, em 20 de agosto, e que a equipe de ortopedia/trauma da unidade permaneceu em contato constante com a equipe médica da unidade para onde Mikael foi transferido. 

A unidade não recebeu solicitações de relatórios adicionais por parte do outro hospital ou foi procurada por familiares para emissão de relatórios complementares ou de cópia de prontuário, este disponível para cópia no setor responsável do Irmã Dulce, caso haja necessidade. 

Já a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo confirmou a morte de Mike, relatando que ele retornou ao grupo de ortopedia da unidade em 20 de agosto, quando foi internado para investigação. 

Devido ao quadro clínico, foi optado pela introdução de medidas de conforto como analgesia e oxigenoterapia. Nesta quarta-feira, segundo a nota, “apresentou piora clínica importante e instabilidade hemodinâmica, evoluindo a óbito”. 

A unidade não respondeu aos questionamentos quanto a solicitação do relatório “em respeito aos familiares e devido ao dever de assegurar o sigilo do prontuário médico”. 

FONTE: Informações | G1 

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