Médicos fazem cirurgia inédita no Brasil com técnica alternativa para tratamento de obesidade

Cirurgia conhecida como “Bariclip” foi feita em um hospital particular de São José do Rio Preto/SP. Técnica consiste em ‘prender’ parte do estômago do paciente, fazendo com que ele sinta menos fome.

Um homem de 39 anos, com obesidade de grau moderado, foi submetido a um procedimento experimental em um hospital particular de São José do Rio Preto/SP, na quarta-feira (29).

Segundo os médicos, a cirurgia conhecida como “Bariclip”, usada como uma alternativa para quem sofre com doenças desencadeadas pelo excesso de peso, é inédita no Brasil.

“A indicação dessa cirurgia foi porque o paciente não tinha um Índice de Massa Corpórea (IMC) adequado para fazer um procedimento bariátrico. Hoje, os procedimentos regulamentados no Brasil, necessitam que o paciente tenha um IMC entre 35 e 40”, afirma o cirurgião Roberto Luiz Kaiser Júnior.

O “Bariclip” é um instrumento de titânio, revestido de silicone, com 15 centímetros de comprimento. O produto, que é colocado por um cateter por meio de uma vídeolaparoscopia, ‘prende’ parte do estômago, fazendo com que o paciente sinta menos fome. De acordo com os médicos, a cirurgia é bem menos invasiva do que a bariátrica.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a importação do “Bariclip” para realização de 50 procedimentos. A técnica já é realizada nos Estados Unidos.

Quinze pacientes, de Rio Preto e São Paulo, vão recebê-lo nos próximos dias. Eles já estavam sendo acompanhados por uma equipe multidisciplinar e não vão pagar nada pela cirurgia. A ideia é fazer com que o procedimento possa ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Você precisa do registro definitivo da Anvisa. O produto, em questão, está em processo de registro e a expectativa é que, no primeiro semestre de 2020, ele seja deferido para que possa ser oferecido à população”, afirma Felipe Dalpra, responsável pelo projeto no Brasil.

Resultado

A cirurgia realizada no paciente, que aceitou a experimentar a nova técnica e não pagou nada por isso, durou cerca de duas horas. Os cirurgiões a consideraram um sucesso.

“Com dois ou três dias, ele volta a fazer as atividades normais. Com cinco dias, a gente libera ele a dirigir. Com 15 dias, ele pode ir para a academia e a fazer coisas mais pesadas”, o cirurgião Roberto Luiz Kaiser Júnior.

O vice-presidente do Departamento de Cirurgia da Universidade Internacional da Flórida, Natan Zundel, um dos cirurgiões que desenvolveu o produto, acompanhou a cirurgia feita em Rio Preto.

“Nós tentamos encontrar uma maneira menos invasiva para ajudar os pacientes a serem magros, saudáveis e com muito mais qualidade de vida”, afirma Natan Zundel.

Obesidade

De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em cinco anos, cerca de 2 bilhões de adultos estejam com sobrepeso, e mais de 700 milhões, obesos.

No Brasil, alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Analisando os dados, é possível perceber que o procedimento pode ser uma nova ferramenta para combater a obesidade.

“A ideia não é mudar o que já tem. É adicionar mais uma ferramenta para o tratamento da obesidade. Ele dá uma oportunidade para o paciente que ainda não quer operar tentar o tratamento temporário, que é uma ferramenta temporária, para o paciente possa decidir ou conseguir fazer o tratamento clínico”, afirma Caetano Marchesini, coordenador do estudo no Brasil.

FONTE: Informações | g1.globo.com

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