qui, 06 de fevereiro de 2025

Homem que agrediu funcionária de padaria após pedido para usar máscara tem prisão preventiva decretada, diz delegado

Crime aconteceu na tarde do último dia 11 de junho, no bairro Jardim União, em Palmares Paulista (SP). Segundo o delegado Pedro Luís de Carvalho, Márcio Roberto Rodrigues deve ficar preso até o julgamento ser realizado.

O ajudante de motorista Márcio Roberto Rodrigues, que foi preso suspeito de agredir a atendente Adriana da Silva após ser advertido para usar corretamente a máscara de proteção contra Covid-19, teve a prisão temporária convertida em preventiva.

Segundo Pedro Luís Carvalho, delegado de Palmares Paulista (SP) responsável por investigar o caso, Márcio deve ficar preso até o julgamento ser realizado. O G1 entrou em contato com o Ministério Público para descobrir se o ajudante de motorista foi denunciado, mas ainda aguarda retorno.”Nós concluímos o inquérito, fizemos o indiciamento por tentativa de feminicídio e representamos pela prisão preventiva”, afirmou o delegado ao G1 na tarde desta terça-feira (20).

O crime aconteceu na tarde do último dia 11 de junho, no bairro Jardim União, em Palmares Paulista. Uma câmera de segurança flagrou o momento em que o suspeito ficou nervoso ao ser avisado sobre a obrigatoriedade de usar o acessório.

Márcio foi preso temporariamente seis dias depois, em uma clínica de reabilitação de Meridiano (SP), cidade localizada a 180 quilômetros de distância de Palmares Paulista. Em seguida, foi levado à delegacia e encaminhado à cadeia de Catanduva (SP).

O ajudante de motorista negou as acusações durante depoimento à Polícia Civil. Em nota enviada na época em que a prisão foi realizada, a advogada de Márcio afirmou que o cliente estava profundamente arrependido e lamentava o ocorrido.

“Doze testemunhas confirmaram que a Adriana foi agredida. Mas, mesmo assim, o suspeito não assumiu. Ele alegou que a Adriana caiu sozinha e se machucou”, disse o delegado.

Versão do suspeito

Segundo o delegado, Márcio alegou que entrou na padaria para beber uma pinga e saiu. Porém, retornou ao estabelecimento para ingerir a segunda, momento em que foi advertido para usar a máscara de forma correta.

“O Márcio retrucou e perguntou o motivo de estar sendo advertido, porque outras pessoas também estavam sem máscara. Ele também disse que foi chamado de vagabundo, perdeu a cabeça e decidiu segurar a Adriana para olhá-la no olho e afirmar que não era vagabundo”, contou Pedro.

Em seguida, Márcio entrou em uma área da padaria reservada apenas para funcionários. Adriana, então, saiu correndo em direção à rua. Contudo, foi seguida pelo ajudante de motorista.

“Ele falou que realmente correu atrás, mas disse que a Adriana caiu sozinha e se machucou. Ele também afirmou que não tem nada contra a Adriana e que não quis matá-la”, contou o delegado.

Versão da vítima

De acordo com a Adriana, de 38 anos, Márcio entrou na padaria com a máscara embaixo do queixo, ficou nervoso depois de ser avisado sobre a obrigatoriedade usar o acessório de forma correta e deu um tapa em produtos que estavam sobre um balcão.

“Não satisfeito, ele deu a volta e entrou. Saí correndo e fiquei na frente da padaria. Ele me acompanhou e me deu uma rasteira. Tentei levantar, mas o homem chutou e quebrou meu braço”, afirmou Adriana.

Logo depois, a vítima conseguiu se levantar e correr para dentro de uma casa, que estava com o portão aberto, mas foi seguida novamente pelo agressor.

“O dono da casa pediu para sairmos. Consegui chegar a uma outra padaria. Encontrei o dono e a mulher na porta. Ele chegou e deu um soco no dono da padaria. Sentei na calçada. Ele veio e bateu minha cabeça no joelho dele”, relembrou a vítima.

Adriana foi acolhida por uma moradora, colocada para dentro de uma casa e levada ao pronto-socorro de Catanduva (SP), cidade a 20 minutos de distância de Palmares Paulista.

“Eu vi a morte. Lembrava da minha mãe, dos meus filhos, não acreditava que iria sobreviver. Tinha muita gente olhando, mas ninguém fazia nada. Olhei o sangue e pensei que morreria”, desabafou a atendente.

A atendente sofreu diversos cortes e hematomas, além de uma fratura no braço esquerdo. Ela precisou ser submetida a um procedimento cirúrgico e recebeu alta no dia 13 de junho.

“Estava trabalhando. Ele entrou no meu serviço e fez isso. Não sei por quanto tempo vou ficar nessa situação. Não é justo”, contou.

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