Grandes duelos: “FERVO” – uma das maiores rivalidades do interior paulista

Confrontos memoráveis entre equipes de Fernandópolis e Votuporanguense ganham as páginas de livro histórico de Memorialistas.

Votuporanga e Fernandópolis. Duas cidades pujantes do interior de São Paulo, separadas por cerca de 30 quilômetros de distância, mantém por mais de seis décadas uma rivalidade esportiva que por muitas vezes ganhou capítulos acalorados dentro e fora dos gramados. O cisma entre os times e torcedores das duas localidades no chamado “FERVO”, com relatos folclóricos que permeiam o imaginário popular tem espaço garantido no livro: “Associação Atlética Votuporanguense – A paixão de uma cidade”, que será lançado em breve pelo Grupo Memorial Votuporanguense.

A rivalidade entre Votuporanguense e Fernandópolis será detalhada de explicada por meio de relatos de ex-jogadores, torcedores, memorialistas, profissionais da imprensa, súmulas e reportagens da imprensa desde a década de 1960, no Capítulo “FERVO” – clássico ou batalha regional?”. “Era no fervor do “FERVO” que as emoções explodiam em decorrência de uma rivalidade que, por incrível que pareça, havia nascido fora dos campos de futebol. No gramado tudo se condensava: a política, a economia, a educação, a sociedade das duas cidades – o que menos importava era o futebol. Baile em Votuporanga, lá vinha o pessoal de Fernandópolis; baile em Fernandópolis, lá ia o pessoal de Votuporanga. A música de encerramento desses forrobodós era a mesma: a melodia dos socos, empurrões, cadeiras quebradas, carros riscados e sirene da polícia”, descreve em um trecho do capítulo, explica o memorialista Alberto Guedes.

A obra literária traz detalhes e pontos de vista de partidas de futebol duramente disputadas, com registros de brigas entre torcedores e jogadores.

Outro memorialista, Beni Andrade, tem recordações folclóricas: “Lembro-me perfeitamente de uma partida, em Votuporanga, na qual o Vilmar Todão sentou na bola. Eu era repórter de campo e estava a apenas três metros do lance, na pista junto ao alambrado. Esse episódio desencadeou o caos nas arquibancadas e no gramado. Os torcedores do Fefecê, sentados à esquerda das cabines de rádio, enfureceram-se e aí o pau quebrou. Depois disso, o Vilmar reconheceu que não deveria ter feito aquilo. Ele declarou que foi coisa da hora, que estavam sendo humilhados e os caras de Fernandópolis falando que iriam ganhar o jogo.

O pessoal de Votuporanga estava tenso e a pressão do Fefecê acabou irritando os jogadores da Alvinegra. A coisa ficou tensa, o clima bem carregado e, para mostrar certa superioridade, o Vilmar sentou na bola”, descreve. O episódio referido por Beni Andrade ocorreu no dia 28 de novembro de 1965.

O livro conta várias memórias como essa, que também ultrapassaram as quatro linhas com pancadarias e inúmeros automóveis voltam riscados à faca para suas respectivas garagens.

Ganha destaque também nas páginas do livro histórico não apenas os tempos da AAV. Conta o renascimento da rivalidade a partir de 2010 com o surgimento do CAV – Clube Atlético Votuporanguense, que encarou o Fefecê em grandes duelos com clímax em 2012, com a batalha campal que envolveu ambos os elencos no antigo Estádio Municipal Plínio Marin. 

Foram 10 jogadores expulsos. Faltando poucos minutos para o fim do jogo, Eli, do Fernandópolis, iniciou a confusão. Ele recebeu cartão vermelho por agredir um dos jogadores do time da casa. Foi o estopim. A partir daí uma grande confusão começou: os jogadores titulares iniciaram a briga e tiveram apoio dos reservas, que invadiram o campo para participar da briga. A polícia teve de entrar em campo, mas não conseguiu conter os ânimos. Foram mais de dez minutos de confusão em campo. 

E tem muito, muito mais para ser contado. Fica apenas um gostinho dessa rivalidade histórica. Em breve, o “FERVO” estará em detalhes no livro: “Associação Atlética Votuporanguense – A paixão de uma cidade”. 

O livro 

A impressão é de responsabilidade da Editora Appris de Curitiba/PR, e o livro apresentará aproximadamente 415 páginas, com detalhes e informações sobre a paixão dos votuporanguenses pelo futebol. A editora também produziu a capa, seguindo sugestões dos memorialistas e trará a predominância da cor preta e destaque para o escudo da antiga AAV. 

O livro passa por revisões da prova final e está com cronograma adiantado, com expectativa de lançamento em Votuporanga em meados do mês de dezembro. A obra fruto da pesquisa do Grupo traz de maneira fundamentada a história da Associação Atlética Votuporanguense (AAV), depoimentos de atletas da Alvinegra como: Bidão, França, Serginho e outros.  O custo do projeto foi bancado por 35% de recursos próprios do Grupo Memorial Votuporanguense e outros 65% de patrocínio de um fundo de investimentos com fim específico. Esta primeira tiragem terá 500 exemplares. 

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