Funcionárias de hospital fazem apelo para evitar festas de fim de ano: ‘Preocupem-se em estarem vivos’

Enfermeira e psicóloga trabalham no Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP). Município acumula 32.928 casos positivos de Covid-19, dos quais 30.307 estão recuperados e 881 vieram a óbito.

Com o aumento no número de casos positivos de coronavírus, funcionárias do Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) fizeram um apelo para moradores evitarem aglomerações durante as festas de fim de ano.

Os relatos foram gravados e publicados na página oficial da unidade, que é referência para mais de 100 municípios da região noroeste paulista (veja abaixo).

Trabalhando há duas décadas no Hospital de Base, a psicóloga Ana Paula, de 46 anos, se emocionou ao relembrar a realidade que os pacientes e as famílias estão enfrentando.

“O momento mais difícil que vivi foi participar de uma despedida de uma paciente. Era uma família que vivia em cidades diferentes. Então, conseguimos unir todos. Ela se despediu por chamada de vídeo. Foi um momento que jamais pensei em viver, mas tenho vivido isso com muita frequência. É muito triste se despedir de quem ama por uma telinha de computador.”

“Eu vejo pessoas preocupadas com o final de ano. Preocupem-se em estarem vivos, preocupem-se em não contaminar aqueles que você ama. É um Natal diferente para podermos ter muitos outros. Fiquem em casa. Estamos cansados de ver tanto sofrimento e dor.”

Aumento

 

Em outro vídeo, a enfermeira intensivista Débora Valverde relatou que os casos positivos de coronavírus aumentaram consideravelmente nas últimas semanas.

“Os pacientes vem chegando cada vez mais graves. Pacientes jovens, além dos pacientes em uma faixa etária entre 40 a 55 anos que não conseguem sair. Não é brincadeira o que estamos vivendo. É exaustivo. Não se trata só dos pacientes Covid-19. A realidade vem impactando, inclusive, pacientes que não tem nada a ver com Covid-19, pois começam a faltar vagas e leitos para operar tumor e outras doenças.”

Débora Valverde afirmou que o irmão ficou internado em uma das unidades em que atua como supervisora após testar positivo para a doença e que foi destruidor vê-lo como um paciente.

“Ele acreditava na pandemia, mas achou que um encontro com dois amigos não era uma festa. Não queira passar por isso. Escute o que nós, profissionais de saúde, estamos falando. Nós estamos dando nosso melhor, mas estamos cansados, muito cansados. Fiquem em casa. Faça sua parte. Não existe melhor foram de demonstrar amor do que o distanciamento.”

G1

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