Família de São João de Iracema adapta sítio para acessibilidade de menino com malformação na coluna: ‘Independente’, diz mãe

Diogo Junqueira Fantini tem 9 anos e antes mesmo de nascer foi diagnosticado com Síndrome da Regressão Caudal e mielomeningocele, mas com adaptações ele cuida do gado e até anda a cavalo em propriedade de São João de Iracema (SP)

Por Patrick Lima, TV TEM

O que os pais são capazes de fazer por um filho? Em São João de Iracema, cidade do interior de São Paulo com aproximadamente 2 mil habitantes, a família tornou um sítio totalmente acessível.

Diogo Junqueira Fantini tem 9 anos e antes mesmo de nascer foi diagnosticado com Síndrome da Regressão Caudal e mielomeningocele, que são caracterizadas por malformações na coluna vertebral. “O Diogo foi muito planejado, muito sonhado, mas a gente começou a acompanhar a gestação. Quando eu estava de uns 7 meses, descobrimos que ele nasceria com malformação. Foram vários exames até fechar o diagnóstico dele”, conta a mãe do menino, Danieli Junqueira Fantini.

Com o passar dos anos, Diogo passou por internações, médicos, tratamentos. Mas a rotina se tornou ainda mais intensa quando ele foi diagnosticado com câncer. Além de enfrentar este novo desafio, a família passou a fazer o possível e impossível para manter a rotina e felicidade do garoto, que é apaixonado por animais.

No sítio da família foram instaladas passarelas de acesso a praticamente todos os pontos da propriedade, já que Diogo faz questão de ajudar a cuidar do gado. “Na hora que acordo vou no curral do meu tio. Depois, quando ele acaba de tirar o leite das vacas, solto os porcos. Quando meu tio solta as vacas, solto os pintinhos e depois trato das galinhas. Aprendi a gostar disso com meu pai, tio, avô. Gosto de viver aqui”, afirma o menino.

Além de transitar por toda a propriedade com a cadeira de rodas, os pais também tornaram possível o sonho do menino de andar a cavalo. Para isso, criaram uma sela adaptada.

“A gente teve que ser engenheiro para fazer essas adaptações. Como ele tem limitação nas perninhas, adaptamos o encosto para ele apoiar as costas sem cair para trás. Ele não tem equilíbrio para trás, mas tem mais força para a frente”, explica Eli Julqueira Fantini, pai de Diogo.

“A lateral é uma segurança e a sela também tem um banquinho para ele não sentar em cima das perninhas. Tudo isso foi nossa família quem adaptou. Criamos e depois mandamos encapar. Também colocamos uma na rédea um acessório de segurança.”

A rotina de Diogo no sítio é compartilhada nas redes sociais e mais de 40 mil seguidores acompanham o dia a dia do pequeno caubói.

“Conseguimos atingir esse público porque é uma criança que tem uma certa necessidade. Pessoas de outros estados entram em contato, dizem que filhos gostam de cavalos, mas não têm coragem de coloca-los em cima de um. Mas a gente mostra que mesmo com uma limitação, cadeira de rodas, ele consegue até tocar gado”, diz Eli.

“Me emociono ao ver o Diogo hoje, porque quando a gente recebe a notícia que vai ter um filho especial, imaginamos o futuro e as dificuldades que vamos enfrentar. Mas hoje ele mostra que a limitação está na nossa cabeça. Ele é independente, consegue fazer o que gosta, que é tocar gado e andar a cavalo. Meu filho hoje é só orgulho para mim”, afirma Danieli. G1

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