Desemprego cai para 12%, mas ainda atinge 12,8 milhões de brasileiros 

Número de trabalhadores que trabalham menos horas do que gostariam é o maior desde 2012: 7,4 milhões nesta situação. 

Depois de um começo de ano ruim para quem busca trabalho, o desemprego cedeu no segundo trimestre do ano. O número de pessoas que procura uma vaga caiu para 12,8 milhões, e a taxa para 12%. Os dados são da pesquisa Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (31). 

O levantamento considera tanto o mercado que contrata com carteira quanto o informal. A previsão dos analistas consultados pela Bloomberg era de desemprego de 12% no segundo trimestre de 2019. 

Se considerados, além dos desempregados, as pessoas que desistiram de procurar emprego diante da dificuldade de encontrar uma vaga, trabalhadores que fazem uma jornada semanal inferior a 40 horas e gostariam de trabalhar mais, e pessoas que procuraram vaga mas não estavam disponíveis para começar por razões diversas, como não ter com quem deixar o filho, é possível dizer que falta trabalho para 28,4 milhões de brasileiros. Esse grupo ficou estável em relação ao começo do ano, mas cresceu na comparação com o segundo trimestre de 2018, em 923 mil pessoas. 

O número de desalentados, aqueles que desistiram de procurar vaga por falta de esperança, foi estimado em 4,9 milhões de pessoas e ficou estável nas duas comparações. 

O grupo de desempregados encolheu em 621 mil pessoas em relação ao começo deste ano e ficou estável na comparação com o segundo trimestre de 2018. 

A população empregada cresceu nas duas comparações, somando 93,3 milhões de pessoas – mais 1,5 milhão de pessoas em relação ao trimestre anterior e mais 2,4 milhão na comparação como o mesmo período de 2018. Cresceu o número de trabalhadores com carteira, para 33,2 milhões de pessoas, mas o número de trabalhadores sem carteira também subiu, para 11,5 milhões de pessoas. 

No primeiro trimestre do ano, nenhum setor da economia contratou e tanto o grupo de desocupados quanto a taxa de desemprego haviam crescido, para 13,4 milhões e 12,7%, respectivamente. Faltava emprego para um em cada quatro trabalhadores no Brasil. 

Havia 28,3 milhões de brasileiros nessa situação, o maior patamar já então registrado na pesquisa. Um ano antes, no segundo trimestre de 2018, o desemprego atingia 12,9 milhões de pessoas e a taxa era de 12,4%. Faltava emprego para um total de 27,6 milhões de pessoas. 

Considerando apenas o mercado formal, foram geradas 408,5 mil novas vagas com carteira assinada no primeiro semestre do ano, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia. 

De acordo com o governo, trata-se do melhor resultado para este período desde 2014, ou seja, em cinco anos. No mesmo período do ano passado, por exemplo, foram abertas 392.461 vagas com carteira assinada. 

O saldo é a diferença entre as contratações e as demissões. Nos seis primeiros meses deste ano, o país registrou 8.221.237 contratações e 7.812.737 demissões. 

Subocupação recorde 

O mercado de trabalho, embora tenha apresentado recuo na taxa de desemprego, ainda mostra uma tendência de precarização das vagas. O número de brasileiros subocupados (trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais) atingiu a marca de 7,4 milhões, o maior número desde 2012. 

O grupo dos trabalhadores por conta própria, estimado em 24 milhões de pessoas (80% deles são informais), nunca foi tão grande no país. A alta foi de 1,5 milhão de pessoas nesse grupo em relação a um ano antes. 

O rendimento médio real do trabalhador, estimado em R$ 2.290 caiu 1,3% frente ao trimestre anterior e ficou estável em relação ao mesmo período do ano passado. Já a massa de rendimentos, que é a soma dos ganhos de todos os trabalhadores brasileiros, foi estimada em R$ 208,4 bilhões, estável em relação ao início do ano e aumento de 2,4% na comparação com um ano antes. 

FONTE: Informações | GLOBO

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