Crise hídrica faz represas da região de Rio Preto secarem

Parece o sertão nordestino, mas é a região de Rio Preto. Com o calor intenso e a falta de chuvas, represas estão secando e peixes morrendo por falta de água no Noroeste Paulista. Reflexo da pior crise hídrica dos últimos 91 anos no Brasil, que já deixa moradores sem água e reservatórios de usinas hidrelétricas com o pior nível dos últimos anos.

Acostumado a captar água da represa para matar a sede do gado, o agropecuarista Adenir Savatin, de 67 anos, viu pela primeira vez em 50 anos a represa de seu sítio na região rural de Tanabi secar. Peixes morrerem e a única poça d’água que sobrou representa o último suspiro de vida do antigo açude. “Cada vizinho colocou uma caixa de água, porque não tem água para o gado beber. A gente não sabe onde vai parar”.

Adenir conta que a represa começou a secar no ano passado. “A situação foi piorando, mês após mês. É a primeira vez em 50 anos que ela chega nesse estado. Nunca tinha visto isso antes. Tinha bastante peixe, mas acabou tudo. Fica um sentimento de tristeza”, lembra Savatin.

Para conseguir matar a sede do gado, sitiantes de Tanabi estão buscando água em outras regiões. “Com a represa seca, estamos dia sim, dia não, pegando água de outros sítios e levando de trator para os bebedouros dos animais. Tudo para o gado não morrer de sede”, destacou o funcionário Genivaldo Teodoro Sampaio, de 36 anos.

Dados do Monitor de Secas de agosto, divulgado pela Agência Nacional das Águas (ANA), apontou que pelo sexto mês consecutivo, a região de Rio Preto enfrenta uma seca excepcional. Ou seja, está mais seco aqui do que no interior do Nordeste.

O tratorista e sitiante João Roberto Savatin, de 48 anos, conta com ajuda do irmão para conseguir matar a sede do gado de sua propriedade. “Cada ano vai ficando mais difícil, não tendo chuva e água fica difícil para a criação. Em Tanabi, por exemplo, tem bairro que já está faltando água”, disse.

Atualmente, sete cidades do noroeste do Estado de São Paulo já adotaram racionamento de água. É o caso de Rio Preto, que há mais de quatro meses limitou o consumo de água para 100 mil moradores, Cedral, Tabapuã, Uchoa, Santa Fé do Sul e Suzanápolis. Em Catanduva, a prefeitura diminuiu a vazão de água das torneiras.

Quem também viu a represa do sitio secar foi Osvaldo Garcia. Pela primeira vez em cinco década a represa da propriedade rural, onde mora, entre Indiaporã  e Guarani d’Oeste secou. “Ela secou no ano passado, agora está puro terra. Não dá para acreditar, na época os pássaros comeram todos os peixes do fundo da represa que não existe mais”.

Rone Carvalho – diarioweb.com.br

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