Chuva chega devagar à região; cenário ainda é de alerta

Depois de um período de seca extrema, a região noroeste finalmente começou a viver uma trégua, com a chuva deste fim de semana. Embora ainda seja pouco para compensar a seca de meses, algumas cidades do noroeste paulista comemoram a mudança de clima, que além da umidade também atenuou o calor.

Rio Preto, por exemplo, amanheceu neste domingo com o tempo fechado e com pancadas de chuva, que começaram no sábado à tarde e continuaram durante o período noturno. A umidade relativa do ar chegou a mais de 70% durante o dia. O clima deve continuar ameno no início da semana.

O período chuvoso na região vai de outubro a março, quando normalmente precipitam cerca de 80% das chuvas de um ciclo de 12 meses, segundo o Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica). Entre outubro de 2019 a março de 2020 o índice de chuva foi de 1000,9 mm, enquanto que de outubro de 2020 a março de 2021, de 680,2 mm, ou seja, uma queda de 32%.

A região viveu período de “seca extrema” em março, segundo o Monitor de Secas, da ANA (Agência Nacional de Águas), indicador que aponta para risco escassez de água. Outro indicador preocupante é o nível dos reservatórios das hidrelétricas da região.

O de Três Irmãos está atualmente com volume útil de 49,75%, bem abaixo dos 63,27% registrados em maio de 2020. Já o de Ilha Solteira está com volume útil de 49,24% ante os 63,27% no mesmo período do ano passado. Em Água Vermelha, o índice que chegou a 4% na semana está em apenas 5,52%. Marimbondo, em Icém, em 7,67% da capacidade.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a situação requer atenção, já que a região e o País atravessam um período hidrológico desfavorável. Por causa disso, o ONS foi autorizado a acionar as térmicas, sem limitação de montantes e preços, para manter o Sistema Interligado Nacional (SIN) equilibrado.

“O importante, neste momento, é garantir que estamos realizando todas as ações necessárias para operar o sistema com segurança e de forma a atender a demanda elétrica do País”, afirmou, por o ONS, meio de nota enviada pela assessoria de imprensa. O diretor de recursos hídricos da Bacia do Baixo Tietê do Daee, Luiz Otávio Manfré, que é também secretário-executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê, composto por 42 municípios da região, afirma que a tendência é que a região possa ter uma situação pior que no ano passado em relação ao racionamento de água.

“O ano de 2020 foi um dos menos chuvosos dos últimos tempos, com precipitação em torno de 1017,0 mm, sendo que ainda tivemos ocorrência de altíssimas temperaturas, bem acima da média da região, favorecendo a evaporação dos rios e lagos e a evapotranspiração das plantas, causando prejuízos aos agricultores e transtornos para as atividades que dependem de água, como o serviço de saneamento”, afirmou.

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