Bolsonaro diz que Coaf pode ser vinculado ao Banco Central para tirar órgão do “jogo político”
Conselho que atua no combate à lavagem de dinheiro atualmente é da alçada do Ministério da Economia. Para Bolsonaro, no BC o Coaf aturará sem “qualquer suspeição de favorecimento político”.
Nesta sexta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo avalia tirar o Coaf (Conselho de Atividades Financeiras) do Ministério da Economia e colocá-lo sob a estrutura do Banco Central. Segundo Bolsonaro, a medida serviria para livrar o órgão do “jogo político”.
O Coaf, responsável por ações de combate à lavagem de dinheiro, esteve no centro de uma polêmica no início do mandato de Bolsonaro. Assim que assumiu, o presidente editou a medida provisória da reforma administrativa, com mudanças na estrutura de ministérios. Uma dessas alterações previa o Coaf na alçada do Ministério da Justiça, do ministro Sergio Moro.
No entanto, durante a tramitação da medida no Congresso, parlamentares aprovaram voltar o Coaf para a Economia. “É natural, em indo para Economia, que tenha alguma mudança. O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, pretendemos”, disse Bolsonaro na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada.
Questionado se o órgão poderá ser vinculado ao Banco Central, o presidente confirmou a possibilidade.
“Exatamente, já está sabendo, é vincular ao Banco Central. Tudo onde tem política, mesmo sendo bem-intencionado, sempre sofre pressões de um lado ou de outro. A gente quer evitar isso daí. Isso não é desgaste para mim nem para o Moro. Coaf lá, porventura, caso vá para o Banco Central vai fazer o seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”, explicou Bolsonaro.
Ainda de acordo com Bolsonaro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, seria o responsável por escolher o comando do Coaf. O atual presidente do conselho, Roberto Leonel, foi indicado pelo ministro Sergio Moro quando o órgão ainda era vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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