Em nota, à época do anúncio, a Fundação Faculdade Regional de Medicina de Rio Preto (Funfarme) alegou que a medida foi tomada devido ao baixo número de cirurgias realizadas desde a instituição do serviço, o que inviabiliza a manutenção de equipe multiprofissional, infraestrutura e logística.

Outro anúncio que impacta esses pacientes é que um dos requisitos para passar pelo procedimento é morar em São Paulo (SP). Na capital, a cirurgia pode ser feita no Hospital das Clínicas (HC) e no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Mesmo se “aparecer” o órgão para o transplante, os moradores de Rio Preto afirmam não ter condições financeiras para se manter na capital.

Para se manter na capital, antes e depois do transplante, Sueli Francisca conta com a ajuda de amigos que fizeram uma arrecadação online. A mulher já aguarda por um novo órgão há dois anos e meio.

Conforme apurado pela TV TEM, a partir do momento que se tornar apta para a cirurgia após as consultas médicas em São Paulo, ela é a segunda da fila para receber o órgão (entenda abaixo). “Como eu vou custear a minha vida lá em São Paulo, se eu não tenho condições, porque nós somos aposentados. Hoje, eu e meu marido vivemos com uma renda de R$ 1,4 mil para os dois. Como nós vamos pagar aluguel, luz e alimento?”, lamenta Sueli.

Quando se mudou de Mirandópolis (SP) para Rio Preto, há três anos, a aposentada Marilda dos Santos Sobrinho imaginou que receberia um “novo” pulmão na cidade.

A idosa tem uma doença degenerativa e precisa do órgão para continuar respirando. Conforme apurado pela TV TEM, a partir do momento que se tornar apta para a cirurgia após as consultas médicas em São Paulo, ela é a primeira da fila para receber o órgão (entenda abaixo).

“Porque em São Paulo todo custo de vida é mais caro e a gente tem que se ajeitar agora de uma maneira muita corrida. Estamos correndo contra o tempo. E como o pulmão é a nossa vida, então eu tenho que sonhar. Eu tenho que ter essa fé e esperança”, reforça Marilda.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que a documentação das duas pacientes foi enviada ao Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (InCor/SP).

O InCor acrescenta que as consultas com as pacientes estão agendadas para os dias 3 de agosto e 7 de agosto, respectivamente. Pacientes que passam por especialistas e recebem indicação para transplante devem ser inseridos pelo serviço de origem na Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) para avaliação por uma equipe de transplantes do estado de São Paulo.

Se confirmada a indicação para o procedimento, a equipe de transplante aceita o caso e insere o paciente no Cadastro Técnico do Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo, ou seja, na fila para o transplante na especialidade necessária.

A gestão deste Cadastro Técnico, bem como a distribuição de órgãos disponibilizados por meio do processo de doação, é realizada pelo Sistema Estadual de Transplantes em conjunto com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

No caso dos pacientes de São José do Rio Preto que já estavam inseridos no Cadastro Técnico, é de responsabilidade da equipe de transplantes e unidade de transferência do Hospital de Base o encaminhamento destas pessoas para as outras equipes do Estado, seguindo critérios de disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes. G1