Apagão deixa milhões sem energia na Argentina e no Uruguai 

Problema começou às 7h deste domingo (16) com uma falha em uma conexão de transporte de eletricidade entre duas centrais de distribuição que acionou a proteção do resto do sistema. Brasil não foi afetado, diz Operador Nacional do Sistema. 

Uma “falha massiva” no sistema de interconexão elétrica deixou “toda a Argentina e o Uruguai” sem energia elétrica, afirmou na manhã deste domingo (16) a Edesur Argentina, empresa de distribuição de energia do país. Juntos, os dois países somam cerca de 48 milhões de pessoas. 

Na tarde deste domingo, a empresa divulgou a origem do problema. “A falha na rede que originou o apagão em nível nacional se originou em uma conexão de transporte de eletricidade entre as centrais de Yaciretá e de Salto Grande, no litoral argentino. Isso ativou as proteções das centrais geradoras, que saíram de funcionamento e produziram o apagão.”, afirmou a Edesur Argentina. 

A empresa divulgou ainda um mapa que mostra o Sistema Argentino de Interconexão Elétrica (Sadi, na sigla em castelhano). Por causa da interligação entre os pontos, o apagão acabou se espalhando por todo o país, mas algumas áreas que funcionam com outro sistema, no arquipélago da Terra do Fogo, não foram afetadas pelo problema. 

Normalização do sistema 

Pouco antes das 15h, mais de 2 milhões de clientes (80%) da Edesur já tinham tido o serviço normalizado, de acordo com a empresa, que disse priorizar o abastecimento de hospitais e centros de saúde em sua área de concessão. “Os trabalhos de normalização estão em curso e poderão levar todo o dia de domingo”, afirmou ela. 

Além da Edesur, outras duas empresas distribuem energia no país. Por volta das 15h, a Edenor anunciou que o serviço já havia sido reposto para 95% dos clientes de sua área de concessão. Já a Edelap afirmou que havia chegado a 93% o nível de atendimento aos clientes. 

Já no Uruguai, a empresa estatal Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas (UTE) afirmou que, às 13h40, 88% do serviço já estava normal. A empresa informou que dentro de 3 horas (até as 18h deste domingo) todos os serviços afetados estarão normalizados. 

Brasil não foi afetado, diz ONS 

O problema, segundo a empresa, também afetou o Paraguai e o sul do Brasil. Porém, segundo informou o Operador Nacional do Sistema à TV Globo, a situação na Argentina e no Uruguai está sendo monitorada, mas, até o momento, as autoridades não identificaram qualquer impacto no Brasil, nem mesmo na região sul do país. 

Segundo a agência de notícias EFE, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a empresa Rio Grande Energia, que compartilham os serviços de distribuição de energia em toda a Região Sul do Brasil, também informaram que o apagão nos países vizinhos “não teve reflexos” no território brasileiro. 

Problema começou às 7h 

Ainda pela manhã, a Secretaria de Energia da Nação, órgão do governo argentino, divulgou um informe: “A Secretaria de Governo de Energia informa que hoje [domingo] às 7h07 aconteceu o colapso do Sistema Argentino de Interconexão (SADI), que produziu um corte massivo de energia elétrica em todo o país e que afetou também o Uruguai. As causas estão sendo investigadas e ainda não estão determinadas. Já foi iniciada a recuperação das regiões de Cuyo, NOA e Comahue e está sendo aberto o resto do sistema para continuar com a recuperação total, que se estima que pode levar algumas horas”, diz o comunicado. 

Um alerta publicado no site da Edesur diz que “desde as 7h um colapso no sistema de interconexão elétrica deixou sem energia toda a Argentina, Uruguai, Paraguai e sul do Brasil”. 

Por uma rede social, a empresa informou às 9h42 que o serviço começava a ser restaurado. “Começou a entrada de geração elétrica ao sistema interconectado da Capital Federal e da Grande Buenos Aires. Se inicia o processo de normalização, que demandará várias horas”, escreveu a Edesur. 

A empresa disse que tem priorizado a atenção de usuários eletrodependentes, ou seja, pacientes que requerem um tratamento vinculado à energia elétrica constante e com níveis de tensão estáveis. “Mas, devido à gravidade da falha na rede elétrica da Argentina, recomendamos ir a um hospital ou centro de saúde mais próximo em caso de necessidade”, informou a Edesur no fim da manhã. 

A empresa Edenor, que também distribui eletricidade na Argentina, explicou que “a perda percentual foi elevada dado o horário em que aconteceu [o colapso], se baixa demanda. O resto dos geradores não conseguiu compensar as perdas”. 

Pouco depois das 11h, a Edenor informou que já havia começado o processo de normalização dos pontos mais fortes de seu sistema: as centrais hidrelétricas YacyretáChocón e Salto Grande, “para poder regularizar o serviço”. 

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, declarou neste domingo que o blecaute se trata de um “caso inédito” que será “investigado a fundo”. 

O corte afetou principalmente Buenos Aires e seu cinturão urbano – que aglutina 13 milhões de pessoas – e as demais províncias do país, entre elas as que realizam eleições locais como Santa Fé, San Luis e Formosa. 

Trens e metrô foram suspensos na capital durante várias horas, e o blecaute deixou ainda milhares de pessoas sem água, segundo explicou a empresa pública de fornecimento da Grande Buenos Aires. 

Impacto no Uruguai 

Já no Uruguai, segundo a EFE, a empresa estatal Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas (UTE) afirmou que a falha afetou boa parte do país, sobretudo as cidades do litoral do Rio da Prata, que inclui a capital Montevidéu. 

A UTE ressaltou, porém, que “a partir do importante corte regional o sistema já está sendo reiniciado do zero”, e que “segue restituindo o serviço acompanhando a situação regional”. 

Por volta das 10h30, a empresa afirmou que o serviço ao norte do Rio Negro já estava restabelecido, além de parte do litoral sul e da zona metropolitana de Montevidéu. “Ainda estão pendentes danos pelo temporal. Estamos trabalhando para repor o resto do sistema.” 

Ainda de acordo com a UTE, às 13h40, 88% dos serviços já eram considerados normalizados. 

FONTE: G1

FOTO: Centro de Buenos Aires/Argentina – por: Alejandro Pagni/AFP 

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