Traficantes estão cada vez mais próximos das escolas

A apreensão de entorpecentes nas proximidades das escolas é um crime que vem aumentando em Votuporanga nos últimos meses.
De janeiro a agosto foram 44 flagrantes feitos somente pela Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) nas proximidades dos estabelecimentos de ensino. Uma média de um flagrante a cada cinco dias.
De acordo com o delegado do setor de entorpecentes da Polícia Civil, Antônio Marques do Nascimento, traficantes vem agindo nas proximidades dos colégios para não levantar suspeitas.
“Se o traficante fica próximo a um barzinho ou uma lan house, logo chama atenção e é detido. Diferente de um colégio, onde os traficantes conseguem se misturar com os alunos sem chamar muito atenção”, diz o delegado.
A Dise realizou três apreensões de entorpecentes escondidos em colégios da região norte. “Não localizamos os responsáveis pela droga. O entorpecente foi encontrado após denúncias e recolhido”.
Em Votuporanga, segundo o delegado, a cocaína lidera no número de apreensões, seguida do crack. “Sempre encontramos pinos de cocaína nos flagrantes que fazemos. Logo depois, vem o crack, que é nada mais do que sobras do refino da cocaína misturada com outras substâncias. E em terceiro lugar vem a maconha”, afirma Marques.
“De um tempo pra cá, estamos fazendo apreensões de entorpecentes em poucas quantidades. Prisão grande há algum tempo não fazemos. Mas várias investigações estão em andamento e existe possibilidade de apreensões significantes”, conclui o delegado.
Emprego de menores
O crescente envolvimento com o tráfico de drogas é um dos fatores que provocaram um aumento expressivo no número de apreensões de crianças e adolescentes. O delegado Antônio Marques explica que o emprego de menores é uma estratégia para livrar o traficante de qualquer responsabilidade penal.
“Eles empregam adolescentes e até mesmo crianças, geralmente no transporte da droga. Quando acontece o flagrante, o menor logo assume a autoria da droga, pois sabem que a consequência penal para eles é mais branda. Quando são condenados, ficam detidos por poucos dias. E os traficantes se isentam de qualquer responsabilidade penal”.
Como penas brandas, após serem liberados, os menores voltam ao tráfico. “Ele ficam no máximo 40 dias na Fundação Casa – antiga FEBEM. Normalmente, ou são pagos com favores ou trabalham em troca de entorpecentes. É um ciclo vicioso em decorrência das nossas leis”, lamenta o delegado. Alex Pelicer – A Cidade
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