Senado dos EUA recebe processo de impeachment de Trump; cerimônia marca início do julgamento

Senado precisa decidir se destitui Donald Trump; como a maioria (53) dos senadores é republicana, o presidente dos EUA deve permanecer no cargo.

O Senado dos Estados Unidos recebeu formalmente nesta quinta-feira (16) as acusações de impeachment contra o presidente Donald Trump. A cerimônia marcou o início oficial do julgamento que decidirá se o republicano deve ser afastado do poder — algo improvável, uma vez que o partido governista detém a maioria dos senadores.

Apesar da abertura oficial nesta quinta, os passos do julgamento só devem começar na próxima terça-feira (21). Por isso, questões centrais — como se testemunhas vão depor ou não no julgamento — continuam no ar.

Um representante da Câmara, Adam Schiff, leu no Senado os termos da acusação (leia mais abaixo quais são elas). A cerimônia ocorreu um dia depois de a Câmara dos Deputados, de maioria democrata, autorizar o envio do processo aos senadores, encaminhando o início do terceiro julgamento de impeachment de um presidente norte-americano na semana que vem.

A cerimônia, e não a substância, dará o tom dos procedimentos desta quinta-feira (16), quando os vários “promotores” da Câmara que processam Trump apresentarão os artigos de impeachment ao Senado.

O Senado convidará o presidente da Suprema Corte, John Roberts, a ir à Casa às 16h (horário de Brasília) para fazer o juramento como presidente do julgamento. A seguir os cem senadores prestarão juramento e o Senado notificará a Casa Branca a respeito do julgamento iminente de Trump.

Seguindo essencialmente os alinhamentos partidários, a Câmara dos Deputados aprovou por 228 a 193 encarregar o Senado de julgar o presidente republicano devido a acusações de abuso de poder por pedir à Ucrânia para investigar o rival político Joe Biden e de obstrução de Congresso por barrar depoimentos e documentos solicitados pelos parlamentares democratas.

Tendência é manter Trump no cargo

O Senado deve absolver Trump e mantê-lo no cargo, já que nenhum dos 53 republicanos expressou apoio à sua remoção — uma medida que exigiria uma maioria de dois terços.

Mas o impeachment de Trump na Câmara no mês passado é uma mácula em seu histórico, e o julgamento televisionado no Senado pode lhe criar constrangimento agora que ele busca a reeleição.

O ex-vice-presidente Biden é um dos favoritos da disputa pela indicação democrata para enfrentá-lo na eleição de 3 de novembro. Trump nega irregularidades e qualificou o processo de impeachment como uma farsa.

Trump é acusado de pressionar a Ucrânia

Um evento crucial para o processo foi um telefonema de 25 de julho no qual Trump pediu ao presidente ucraniano que investigasse Biden e seu filho, Hunter Biden, por corrupção e que analisasse uma teoria desacreditada segundo a qual a Ucrânia, e não a Rússia, tinha interferido na eleição norte-americana de 2016.

Os artigos de impeachment são os seguintes:

  • Abuso de poder ao pedir investigação ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contra a família de Joe Biden. Deputados consideraram a ação uma “interferência de um governo estrangeiro” em favor da reeleição de Trump em 2020;
  • Obstrução ao Congresso por impedir diversas pessoas ligadas à sua administração de prestar depoimento (inclusive algumas que tinham sido intimadas) e por se recusar a entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.

Os republicanos argumentam que esta ação e a retenção de US$ 391 milhões em ajuda de segurança à Ucrânia em troca das investigações não chegam a ser delitos dignos de impeachment, e acusaram os democratas de usarem o caso ucraniano para anular a vitória de Trump em 2016.

FONTE: Informações | g1.globo.com

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