Rogério Marinho sinalizou que a votação dos destaques restantes pode ser adiada para que a base se reorganize.
O secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, admitiu que a derrota na votação do destaque referente ao abono salarial revelou falha na articulação política. Ele afirmou que o governo vai continuar trabalhando para evitar novas desidratações na reforma da Previdência e sinalizou que a votação do restante dos destaques poderá ser adiada para a próxima semana para que dê tempo de uma reorganização na base de apoio.
“Na hora que você tem uma derrota como essa, é evidente que alguma coisa não está certa. O governo certamente terá o tempo necessário para se debruçar sobre o problema e tentar corrigi-lo”, disse Marinho, ao deixar o plenário do Senado.
Presente durante toda a votação da reforma no Senado, Marinho estava visivelmente frustrado com a derrota. Ele disse que cabe à sua equipe apenas discutir o mérito da matéria para subsidiar os senadores na tomada da decisão.
“Quem conduz o processo é o líder do governo (senador Fernando Bezerra Coelho-MDB/PE). Ele avaliou que dava pra votar. Faltaram oito senadores”, lamentou o secretário.
Marinho disse que política do abono precisa ser melhor focalizada e que a decisão do Senado vai prejudicar outras áreas como saúde, educação e infraestrutura.
“Acho que não foi bom para o país o que aconteceu hoje, mas a gente tem que respeitar a decisão do Congresso Nacional. Os senadores, de forma democrática, tomaram uma posição por entenderem que deveriam manter a situação de um abono para trabalhadores formais acima de 1,3 salário mínimo quando o governo hoje tem déficit de mais de R$ 9 bilhões no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). São recursos que são retirados do orçamento da união que desfalcam a saúde, a educação, a infraestrutura, ações sociais e isso vai continuar”, concluiu.
FONTE: Informações | O Globo