Prefeitura de Votuporanga abre sindicância para apurar denúncia de crianças com suspeita de terem sido dopadas com tranquilizante 

Indício da medicação clonazepam foi encontrado no exame de sangue e urina de menino. Boletins de ocorrência foram registrados pelos pais de alunos; Polícia Civil investiga o caso.

Nesta sexta-feira (3), a Prefeitura de Votuporanga/SP publicou no Diário Oficial Eletrônico a decisão de abrir uma sindicância por entender como “a medida é necessária por considerar a gravidade das denúncias e a necessidade de apuração de possível cometimento de falta funcional por servidores públicos”para apurar a denúncia feita por parentes de crianças que estariam sendo dopadas com tranquilizante traja no CEMEI Prof Valter Peresi, no bairro Vila Paes. 

O Executivo afirmou que quer ouvir testemunhas e documentos que possam ajudar a descobrir se realmente funcionários da creche doparam as crianças. 

De acordo com a Polícia Civil, o filho de Keli Nascimento Antoniolo foi levado para o hospital e fez exame toxicológico, que identificou o medicamento clonazepam. Ele tem efeito tranquilizante e só pode ser ministrado com orientação e acompanhamento médico. 

Segundo a mãe, essa não tinha sido a primeira vez que criança foi internada várias vezes na Santa Casa da cidade. Em uma delas em outubro do ano passado, o menino tinha 11 meses. 

Depois da criança ser internada com sonolência, vômito, olhar distante e boca torta, a mãe procurou a Secretaria de Educação para fazer um relatório de queixa. Nele, a diretora da escola acrescentou que, segundo as educadoras que cuidam das crianças, o bebê chegou “bem na escola, alegre, brincando e se alimentou bem no início da manhã”. 

Ainda de acordo com a mãe, o menino foi retirado da unidade de ensino e colocado em uma outra creche de Votuporanga. Depois da mudança, a criança nunca mais apresentou os sintomas. 

Além desse caso, outra mãe que prefere não se identificar diz que o filho, aluno da mesma creche, também apresentou os mesmos sintomas quando tinha sete meses, assim que começou a frequentar o local. Ela chegou a levar a criança desacordada para o hospital. 

Investigação 

A Polícia Civil abriu um inquérito e suspeita que este não seja um caso isolado. Cerca de 20 pessoas, entre parentes das crianças e funcionários da escola, já prestaram depoimento na delegacia que investiga o caso. 

O inquérito já conta com mais de 100 páginas e deve ser concluído em um mês. Até agora a polícia já identificou seis crianças, alunos da mesma escola, que apresentaram quadro clínico parecido. 

Segundo o delegado Raymundo Cortizo, a investigação será ampliada para apurar as consequências dessa atitude em cada uma das crianças. 

O que diz a prefeitura 

A Prefeitura de Votuporanga disse que nenhum medicamento é administrado nas escolas municipais para as crianças, com exceção daquelas que possuem receita médica e os pais mandam medicação e as instruções, como o horário e a dosagem do remédio. 

Em relação à denúncia, a prefeitura disse que a Secretaria de Educação foi procurada pelos pais de uma criança no final do ano passado e não por várias, como traz o boletim de ocorrência. 

A Secretaria relatou o caso à Procuradoria Geral do Município, mas, na época, não havia resultado de exames médicos ou qualquer outro material com embasamento legal que determinasse providências administrativas. 

Mesmo assim, a Secretaria da Educação orientou educadores, técnicos e profissionais das escolas municipais. A secretaria ainda não foi notificada quanto à abertura de inquérito. 

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