Moradores escrevem raças de cachorro em termo de vacinação contra Covid: ‘Brincadeira de mau gosto’, diz gerente de imunização

G1 teve acesso às imagens que mostram as raças ‘dobermann’ e ‘pitbull’ escritas em uma parte do formulário. Casos foram registrados em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

Moradores de São José do Rio Preto (SP) preencheram o termo de vacinação contra o novo coronavírus, documento entregue a todas as pessoas que recebem o imunizante na cidade, com nomes de raças de cães.

G1 teve acesso a duas imagens nas quais é possível ver que as palavras “dobermann” e “pitbull” foram escritas em uma parte do formulário na qual os pacientes precisam preencher as respectivas raças.

Para a gerente de imunização de Rio Preto, Michela Dias Barcelos, a atitude é considerada um desrespeito por parte da população com um documento que é utilizado para evitar fraudes e ajudar na investigação de denúncias.

“Os dados coletados no documento são utilizados para o cadastro do paciente no sistema de registro. A informação da raça é um item necessário. As pessoas usaram o campo para fazer a brincadeira que, na verdade, não teve nenhuma graça. O que mais chocou foi que esperávamos esse comportamento de jovens de 18 anos. Porém, foram homens de 49 anos, o que é mais lamentável ainda”, diz.

 

Os casos foram descobertos por profissionais de saúde que atuam na campanha de vacinação contra a Covid-19 e encaminhados para a gerente de imunização. Não há o que fazer legalmente com os moradores que escreveram os nomes das raças de cachorros.

No entanto, o cadastro fica incompleto no “Vacivida”, sistema online do Governo do Estado de São Paulo utilizado para controle das pessoas que receberam as doses da vacina.

“Quando não temos a raça, precisamos deixar a informação como ignorada, o que não é bom. Precisamos traçar um perfil do público que está sendo vacinado. A informação da raça faz parte de diferentes documentos epidemiológicos, como fichas de notificação e declarações de óbitos. As informações são úteis para análises”, afirma Michela Barcelos.

A gerente de imunização explica também que muitas pessoas precisam ser orientadas, pois ficam com dúvida na hora de preencher o termo de responsabilidade e acabam colocando, por exemplo, “brasileiro” no campo da raça.

“Ficou nítido que foi uma brincadeira de muito mau gosto nos dois casos em específico. A raça, geralmente, é declarada pela própria pessoa. Anteriormente, nós preenchíamos as informações. Porém, houve aumento na demanda, e começamos a fornecer um papel para as pessoas preencherem. As informações são checadas e validadas na triagem”, diz Michela Barcelos.

Embora os dois casos tenham chamado a atenção dos profissionais de saúde, Michela relata que a maioria dos moradores entende o compromisso de preencher o documento de forma correta.

“Os engraçadinhos não refletem o compromisso da maioria das pessoas. Os profissionais de saúde estão trabalhando muito. Aí vemos pessoas fazendo uma brincadeira de mau gosto. Consideramos um desrespeito com as pessoas que estão trabalhando”, conta.

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