Justiça condena réus a mais de 570 anos por mega-assalto
A Justiça de Araçatuba condenou oito réus pelo mega-assalto ao antigo prédio da empresa de transporte de valores Protege, em Araçatuba (SP). O crime aconteceu na madrugada de 16 de outubro de 2017 e provocou terror em Araçatuba, com barulho de tiros e explosões por quase duas horas.
Durante o crime, o policial civil André Luís Ferro da Silva, de 37 anos, foi morto pelos bandidos.
Somadas, as penas passam de 573 anos. De acordo com a decisão do juiz de direito Roberto Soares Leite, da 1ª Vara Criminal de Araçatuba, os réus Edimar Murilo da Silva Maximiano, André Luiz Pereira da França, Marco Antônio Rodrigues Antonieto foram condenados a 82 anos, 10 meses e 21 dias de prisão em regime inicial fechado; Ramon Alves Ornelas e Edson Januário de Souza foram condenados a 70 anos e quatro meses em regime inicial fechado; Roni Alves de Oliveira a 69 anos e 27 dias de prisão em regime inicial fechado e, por fim, Wilson Evaristo Franco e Sérgio Manoel Ramos a 58 anos, quatro meses e 20 dias em regime inicial fechado.
Todos foram condenados pelos crimes de dano ao patrimônio público e latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Eles já estavam presos em unidades prisionais do estado. Outros dois réus, sendo um homem e uma mulher, foram inocentados do processo por falta de provas.
De acordo com o Ministério Público, os réus não poderão recorrer em liberdade, pois, de acordo com a Justiça, é necessário manter a prisão preventiva para garantia da ordem pública. “Os crimes foram praticados com violência contra pessoas, e também para assegurar a aplicação da lei penal, haja vista a presente sentença condenatória, no regime inicial fechado”.
O CRIME
O mega-assalto à sede da Protege, no bairro Santana, foi considerado pelo Ministério Público como o de maior complexidade na história da cidade e envolveu criminosos especializados em roubos de cargas em todo o Brasil.
Para explodir um muro lateral do prédio e roubar o dinheiro do cofre, eles impediram a ação da polícia, bloqueando a rodovia Marechal Rondon (SP-300) e o acesso ao batalhão do CPI-10 (Companhia de Policiamento do Interior). No caso da sede da Polícia Militar, eles utilizaram caminhões roubados que foram incendiados. Houve troca de tiros com policiais que estavam no quartel.
Além da morte do policial civil André Luís Ferro da Silva, durante uma troca de tiros, uma mulher grávida foi atingida por um tiro de raspão no tornozelo direito quando descia do veículo e a passageira de uma caminhonete Ford Ranger foi ferida por um tiro de raspão no pescoço.
Ao todo, 18 réus tiveram denúncia oferecida em agosto de 2018, sendo 15 como latrocínio à morte do policial civil. Três dos 18 denunciados não foram localizados e os outros permanecem presos pelo mega-assalto ou por outros crimes.