Na cidade de São Paulo a reabertura das escolas para atividades de reforço foi proibida pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). Além das escolas municipais, também foi vetado o retorno das aulas nas escolas estaduais e particulares no município com base no resultado de um inquérito sorológico realizado pela prefeitura em alunos da rede municipal. O estudo apontou que o retorno às aulas presenciais, ainda que com restrições, representa uma elevação do risco de contaminação por Covid-19 no município. Covas não descartou a possibilidade de retorno em outubro.
Regras aulas opcionais
A escolas que vão reabrir neste 8 de setembro para atividades opcionais deverão respeitar as seguintes regras:
- receber até 35% da sua capacidade para alunos da Educação Infantil e Fundamental e nos anos iniciais;
- receber até 20% da sua capacidade para alunos do Ensino Médio e anos finais.
- Manter o distanciamento de 1,5 metro entre os estudantes.
- Estabelecer horários de entradas e saídas que serão organizados para evitar aglomeração, e serão preferencialmente fora dos horários de pico do transporte público.
- Intervalos e recreios devem ser feitos sempre em revezamento de turmas com horários alternados.
- As atividades de Educação Física estão permitidas desde que se cumpra o distanciamento de 1,5 metro. Devem ser realizadas, preferencialmente, ao ar livre e cuidando da higienização dos equipamentos.
- É recomendado que o ensino remoto continue em combinação com a volta gradual presencial.
- O uso de máscara é obrigatório para todos dentro da instituição e no transporte escolar.
- A Instituição deve fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários.
- Bebedouro será proibido. Água potável deve ser fornecida de maneira individualizada. Cada um deverá ter seu copo ou caneca.
- Banheiros, lavatórios e vestiários devem ser higienizados antes da abertura, depois do fechamento e a cada três horas.
- Lixo deve ser removido no mínimo três vezes ao dia.
- Superfícies que são tocadas por muitas pessoas devem ser higienizadas a cada turno.
- Ambientes devem ser mantidos ventilados com janelas e portas abertas, evitando toque em maçanetas e fechaduras.
O distanciamento tem exceções, como no caso da educação infantil e creches, em que não há como manter essa distância entre bebês e cuidadores.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou nesta segunda-feira (7) que adquiriu uma série de insumos destinados tanto aos estudantes quanto aos servidores para as escolas públicas da rede estadual que irão reabrir.
Entre os equipamentos adquiridos, segundo o órgão, estão 12 milhões de máscaras de tecido, 300 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.168 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel e 100 milhões de unidades de papel toalha.
O material, segundo a secretaria, visa garantir a segurança dos alunos e funcionários da rede.
Escolas particulares
Benjamin Ribeiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, disse que as escolas particulares estão preparadas para a volta às aulas há muito tempo.
“Desde que entramos na pandemia, nós sabíamos que não passaria muito rápido, então as escolas se equiparam, elas se prepararam, fizeram relatórios, contrataram consultorias. A gente concorda que não dá para começar com todas as crianças ao mesmo tempo, mas a gente precisa recomeçar.”
Ele ressaltou que o retorno deveria começar pelas crianças até 8 anos, já que elas têm mais dificuldade para acompanhar as aulas on-line.
De acordo com o sindicato, apenas 20% das cidades do estado de São Paulo possuem autorização para a reabertura das escolas nesta terça (8).
Volta às aulas adiada
No início de agosto, o governo adiou a volta às aulas para o dia 7 de outubro. A princípio, a data seria 8 de setembro, mas o governo estadual a alterou por recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus para garantir uma margem de segurança maior para as crianças, adolescentes, professores, gestores e profissionais da rede pública e privada de ensino e seus familiares, de acordo com o governador João Doria (PSDB).
Para que as aulas sejam retomadas no estado é necessário também que nos primeiros 14 dias 80% da população do estado esteja na fase amarela e nos outros 14 dias atinja os 100%.
A volta será feita em esquema de rodízio de alunos definido pelas próprias escolas e dividido em três fases de retomada:
- Primeira fase: somente 35% dos alunos de cada classe poderão frequentar as escolas a cada dia. Ou seja, em um dia vai um grupo, em outro dia, vai outro. Mas a Secretaria não informou qual modelo de rodízio as escolas devem se inspirar.
- Segunda fase: até 70% dos alunos poderão frequentar as escolas a cada dia.
- Terceira fase: 100% dos alunos podem voltar às salas de aula.
De acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, as séries que terão o retorno prioritário, são:
- 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, que é o período de alfabetização;
- 5º e 9º anos do Ensino Fundamental;
- 3ª série do Ensino Médio
Plano SP
Para começar a reabertura do estado em 1º de junho o governo dividiu o território de acordo com as 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS). A Grande São Paulo foi subdividida em outras 6 regiões, uma para a capital e outras 5 para cada grupo de cidades da Região Metropolitana. A flexibilização da quarentena é feita de modo diferente em cada uma dessas regiões.
Os critérios que baseiam a classificação das regiões são:
- ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs);
- total de leitos por 100 mil habitantes;
- variação de novas internações, em comparação com a semana anterior;
- variação de novos casos confirmados, em comparação com a semana anterior;
- variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.
- Na fase verde também é considerado óbitos e casos para cada 100 mil habitantes;
- Regiões que atingirem as fases 3 (Amarela) ou 4 (Verde) permanecerão nessas fases desde que tenham indicadores semanais inferiores a 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e 5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Esses critérios definem em qual das cinco fases de permissão de reabertura a região se encontra:
- Fase 1 – Vermelha: Alerta máximo
- Fase 2 – Laranja: Controle
- Fase 3 – Amarela: Flexibilização
- Fase 4 – Verde: Abertura parcial
- Fase 5 – Azul: Normal controlado
Reabertura de setores da economia:
- Fase vermelha: Permitido o funcionamento apenas de serviços essenciais.
- Fase laranja: Também podem reabrir imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio e shoppings podem reabrir, mas com restrições.
- Fase Amarela: Também podem reabrir salões de beleza, bares, restaurantes, academias, parques e atividades culturais com público sentado podem funcionar, mas com restrições.
- Fase verde: Também podem reabrir eventos, convenções e atividades culturais com público em pé poderão voltar a acontecer quando houver uma estabilidade de quatro semanas do estado de São Paulo na fase verde (4), também com restrições.