Fernandópolis se despede do seu mais antigo pipoqueiro

Essa imagem que marcou Fernandópolis nos últimos 65 anos não vai mais se repetir. Nesta manhã, os fernandopolenses estão se despedindo do “Seo” Faustino, o pipoqueiro da Avenida Expedicionários, que morreu nesta segunda-feira, 14. O sepultamento ocorre na manhã desta terça-feira, 15, às 10h30.

Exatamente há um ano, na edição de 13 de fevereiro de 2021, José Faustino, então com 89 anos, foi alvo de reportagem do jornal CIDADÃO, para falar de sua história de 65 anos como pipoqueiro em Fernandópolis, tradição que nunca abandonou. Relembre essa história:

Pipoqueiro de 89 anos encontra no trabalho inspiração para viver

Já são 64 anos fazendo a mesma coisa na mesma cidade. O carrinho de pipoca é o instrumento que o senhor José Faustino escolheu como ferramenta de trabalho e Fernandópolis, a cidade para viver. Hoje com 89 anos de idade, ele encontra no trabalho diário, uma inspiração para viver.

“Sempre trabalhei com isso. Se estou trabalhando, estou contente. Se ficar em casa, adoeço”, conta o “seo” Faustino como é popularmente conhecido.
Católico desde infância, demonstra fé por meio de quase todas as expressões que pronuncia. Paciente e centrado ao responder cada pergunta, não revela muito entusiasmo na maioria dos assuntos que dominam os jornais no momento como vacina contra a Covid-19 e mudanças na economia.

“Vou tomar a vacina porque ela já está chegando e não deve matar ninguém. Mas não acredito que ela vá acabar com essa doença”, revela.
Aposentado, viúvo, pai de dois filhos e avô de dois netos. Requisitos mínimos que quase todos aqueles que ao atingirem a terceira idade usariam como justificativa para descansar o corpo em virtude das décadas trabalhadas.
Contudo, “seo” Faustino é uma dessas exceções. Para encontrá-lo em plena atividade, basta passar no período da tarde na Avenida dos Expedicionários Brasileiros, esquina com a Rua Minas Gerais e lá estará ele, com seu jaleco branco e a máscara, ao lado do seu carrinho surtido de pipocas e paçocas.

“Fiquei triste quando começou essa pandemia. Agora tem a vacina. Espero que daqui uns tempos as coisas voltem a ser como eram antes”, conclui.
O pouco que ganha com a venda da pipoca e das paçocas, “seo” Faustino diz que complementa a renda do mês já que recebe apenas um salário mínimo de aposentadoria. Sempre atencioso com os clientes, espera pacientemente pela próxima venda. E, enquanto não vem, troca com os amigos que passam no local velhas e sadias brincadeiras que se repetem ao longo desses 64 anos trabalhados e 89 anos de vida bem vividos.

TVC

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