Explosão de carro-bomba deixa pelo menos 90 mortos na Somália

Ataque ocorreu em um posto de controle na capital, Mogadíscio.

Pelo menos 90 pessoas morreram depois que um carro-bomba explodiu, na manhã deste sábado (28), na cidade de Mogadíscio, capital da Somália, informou a agencia de notícias Reuters, citando uma organização internacional.

Ao menos 125 pessoas ficaram feridas, segundo a Associated Press, que informa a morte de pelo menos 78 pessoas.

A explosão ocorreu às 8h (horário local; 2h no horário de Brasília) em um posto de controle da cidade, onde forças de segurança fortemente armadas inspecionam veículos em busca de explosivos e armas e outros agentes direcionam o tráfego. O ataque ocorreu no horário do rush de sábado, dia útil em alguns países muçulmanos.

Ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas o prefeito de Mogadíscio, Omar Muhamoud, culpou o grupo terrorista Al-Shabab, ligado à Al-Qaeda. O grupo faz ataques desse tipo regularmente na tentativa de prejudicar o governo, que é apoiado pelas tropas de manutenção da paz das Nações Unidas e da União Africana.

“Outros pacientes, familiares e até médicos, enfermeiros e funcionários do hospital foram acionados para doar sangue com urgência para ajudar as vítimas. A situação é ruim”, disse o médico Yahye Ismai.

Entre os mortos estão dois irmãos turcos – cujas mortes foram confirmadas pela Turquia – e vários estudantes universitários. Três testemunhas disseram à Reuters que uma pequena equipe de engenheiros turcos estava presente no momento da explosão, construindo uma estrada para a cidade.

A Turquia é um dos principais doadores à Somália desde a fome que assolou o país em 2011, e, juntamente com o governo do Catar, está financiando uma série de projetos de infraestrutura e levando médicos ao país.

‘Gritando por socorro’

Após o som de uma enorme explosão no posto de controle, Sabdow Ali, de 55 anos, que mora nas proximidades, disse que saiu de casa e contou pelo menos 13 pessoas mortas.

“Dezenas de feridos estavam gritando por socorro, mas a polícia imediatamente abriu fogo e eu corri de volta para minha casa”, disse ele à Reuters.

Os feridos foram transportados para o Hospital Medina, onde uma testemunha da Reuters viu dezenas chegando de ambulância do local. Uma enfermeira do hospital, falando sob condição de anonimato, disse que a unidade recebeu mais de 100 feridos.

Familiares choravam do lado de fora do hospital enquanto procuravam informações sobre o estado de saúde de seus parentes.

Lealdade à Al-Qaeda

Mogadíscio sofre frequentemente com ataques do Al-Shabab, uma organização terrorista que ingressou na rede internacional da Al-Qaeda em 2012 e controla parte do centro e sul da Somália, onde aspira estabelecer um estado islâmico da corte Wahhabi (ultraconservadora).

O ataque mais mortal atribuído ao Al-Shabab foi em outubro de 2017, quando um caminhão carregado de bombas explodiu ao lado de um tanque de combustível em Mogadíscio, criando uma tempestade de fogo que matou quase 600 pessoas.

O grupo não assume a responsabilidade por ataques que provocam grande reação pública, como um atentado suicida de 2009 em uma cerimônia de graduação para estudantes de medicina.

O Al-Shabab nasceu de um movimento político que usou tribunais islâmicos para tentar impor ordem ao país. Soldados etíopes apoiados pelos Estados Unidos derrotaram a União dos Tribunais Islâmicos em 2006, mas a ala jovem do movimento se separou e lançou uma insurgência. O Al-Shabab prometeu lealdade à Al-Qaeda em 2012, quando a insurgência lutou contra as forças de paz da União Africana.

A Somália vive em estado de conflito e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barré foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.

FONTE: Informações | g1.globo.com 

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