Entregadores têm pescoços atingidos por fios soltos em ruas de Fernandópolis: ‘senti queimando’

Casos ocorreram nos dias 10 e 14 de novembro. Murilo Bueno, de 21 anos, e Samuel Medeiros, de 26, tiveram de interromper os trabalhos devido aos ferimentos

Dois entregadores tiveram os pescoços queimados após serem atingidos por fios soltos em ruas de Fernandópolis, no interior de São Paulo, enquanto trabalhavam. Os casos ocorreram nos dias 10 e 14 de novembro.

Ao g1, o motociclista Murilo Bueno de Lima, de 21 anos, contou que trabalha com entrega de açaís. Na sexta-feira (10), por volta de 00h, o jovem estava na Avenida Duque de Caxias quando atingiu o fio, que estava pendurado em um poste.

Com o impacto, o motociclista perdeu o capacete e foi arremessado. Ele foi socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde recebeu atendimento médico e foi liberado. A motocicleta também foi danificada na queda. “Eu só senti queimando muito meu pescoço, como se eu estivesse com uma barra de ferro quente, a 700°C, em volta dele. Nesse calor, piora ainda mais. Tenho que passar anestésico em spray para aliviar a dor”, comenta.

Devido ao acidente, Murilo paralisou as entregas do trabalho, o que prejudicou a renda familiar. O jovem também registrou um boletim de ocorrência. “Tenho uma nenê de oito meses para sustentar, mas não consigo abrir a minha loja para trabalhar. Estou perdendo clientes, com as contas de aluguel, água e luz vencendo. Está muito difícil, paralisou a minha vida por completo. É um descaso total”, lamenta o jovem. Outro entregador, Samuel Medeiros Pereira, de 26 anos, foi atingido no pescoço pelos fios na Rua Ricardina Batista enquanto trabalhava na terça-feira (14), por volta das 23h30. Com o impacto, ele foi arremessado contra o muro de um barracão. “Na hora, me desesperei muito pela dor que estava queimando meu pescoço. Me senti sufocado, consegui colocar a mão no fio para me livrar, mas ele enroscou e me jogou contra a sarjeta e eu bati o nariz no muro”.

Segundo ele explicou, os fios estavam pendurados na rua, entre dois postes. Samuel foi levado para a UPA pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde recebeu atendimento médico e foi liberado. Assim como Murilo, devido aos ferimentos, ele não consegue trabalhar.

“Eu não consigo virar o meu pescoço, então estou sem trabalhar. Estou cheio de contas para pagar e tenho dois filhos, entre eles um nenê de 10 meses em casa para sustentar”, lamenta Samuel.

Ambos disseram que vão entrar com uma ação judicial contra as empresas ou órgãos que administram a fiação e esperam a responsabilização deles. O g1 questionou a Elektro, responsável pela distribuição de energia elétrica em Fernandópolis, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

g1 também questionou a Prefeitura de Fernandópolis, mas também não obteve retorno. G1

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