Em cerimônia com Bolsonaro e Moro, governo lança projeto-piloto para enfrentar crimes violentos 

“Em Frente, Brasil” começará com ações em cinco municípios, um em cada região do país. Início do projeto prevê aumento do policiamento e tem objetivo de reduzir homicídios. 

Na tarde desta quinta-feira (29), o governo federal lançou um projeto-piloto de ações conjuntas com estados e municípios para enfrentar crimes violentos. As ações, como reforço de policiamento, serão desenvolvidas em cinco cidades, uma de cada região do país: 

  • Ananindeua (PA, Norte) 
  • Paulista (PE, Nordeste) 
  • Goiânia (GO, Centro-Oeste) 
  • Cariacica (ES, Sudeste) 
  • São José dos Pinhais (PR, Sul) 

Batizado de “Em Frente, Brasil”, o projeto foi apresentado em uma cerimônia no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. 

O programa prevê investimento de R$ 4 milhões por cidade, em um total de R$ 20 milhões do orçamento do Ministério da Justiça. 

O projeto tem início de forma oficial com a assinatura de “contratos locais de segurança”. Os termos foram assinados por Bolsonaro, governadores e prefeitos das cidades participantes. Os protocolos de intenção formalizam o comprometimento conjunto para cumprimento das ações planejadas no programa. 

Em portaria publicada na semana passada, no “Diário Oficial da União”, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro já havia autorizado o envio da Força Nacional de Segurança para as cinco cidades do projeto-piloto do governo. 

O projeto vinha sendo discutido há meses por Moro e sua equipe. As cidades escolhidas foram anunciadas em maio pelo ministro. Nesta quinta, foram assinados protocolos de intenção com estados e municípios para dar início efetivo ao programa. 

‘Patrimônio nacional’ 

Em discurso durante a cerimônia, Bolsonaro chamou Moro de “patrimônio nacional”, agradeceu o trabalho do ministro no governo e disse que ele não aceitou deixar o cargo de juiz federal, no qual atuava em processos da Operação Lava Jato, para entrar em uma “aventura”. 

“Obrigado, Sérgio Moro. Vossa senhoria, o senhor abriu mão de 22 anos de magistratura para não entrar em uma aventura, mas, sim, na certeza que todos nós juntos podemos, sim, fazer o melhor para a nossa pátria”, afirmou. 

O presidente declarou que a segurança pública é um dos pontos que mais “aflige” os brasileiros e que é preciso buscar uma “solução” para os problemas na área. 

“Quando a gente se torna pai e eu o sou por cinco vezes, a vida da gente muda e bastante. Não pensamos mais em nossas vidas, pensamos nas vidas dos nossos filhos. Aquilo que mais nos aflige é a segurança em nosso país”. 

Bolsonaro também aproveitou para destacar a informação de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,4% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, segundo divulgou nesta quinta-feira (29) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Segundo o presidente, a recuperação da economia auxilia no combate à violência. “A economia também ajuda nesta questão, porque, se o desemprego cai, a violência também diminui no nosso país”, disse o presidente. 

Bolsonaro ainda disse que a agenda conservadora é “essencial” e a “âncora” para uma sociedade. 

“A questão da ética e moral como estávamos no fundo do poço nessa situação também. Tudo começa na família, uma família estruturada é uma família que, além de trazer alegria para os seus, é uma família que não precisa do estado para vencer certos obstáculos”, afirmou. 

Critério de escolha dos municípios 

A escolha dos cinco municípios do projeto-piloto se deu, conforme o Ministério da Justiça, a partir da média dos números de homicídios dolosos ocorridos entre 2015 e 2017 nas cidades, que não são as mais violentas do Brasil. A situação fiscal do estado também pesou nas escolhas. 

Em discurso, o ministro Sérgio Moro declarou que o programa tem o objetivo “de aumentar não só a percepção, mas a segurança pública de cada cidadão”. 

O projeto-piloto concentrará o trabalho na repressão aos homicídios dolosos (com intenção de matar), porém o governo espera reduzir índices de outros crimes considerados violentos: feminicídios, estupros, extorsão mediante sequestro, latrocínio, roubo à mão armada, roubo sem arma, sequestro, lesão corporal e cárcere privado. 

Segundo Moro, o programa muda a forma como a União lidava com crimes violentos. Ele observou que, no passado, o governo federal atuava de “forma reativa”, e o combate ao crime ficava mais concentrado nas ações de estados. 

“A concepção é diferente – agir preventivamente, irmos a esses municípios para evitar que situações de criminalidade violenta se agravem”, disse. 

“Uma redução substancial na segurança pública, perdas de vida, violências, são objetivos que valem a pena”, acrescentou. 

O Ministério da Justiça informou que o programa contempla ações em áreas dominadas por milícias e traficantes. 

Uma portaria assinada por Moro, publicada nesta quinta no “Diário Oficial da União”, autorizou o início da primeira fase do projeto, chamada de “choque de segurança”. 

Primeira fase 

A fase inicial tem duração prevista de seis meses, até fevereiro de 2020. O projeto deverá se estender além dos seis meses nos cinco municípios e o governo deverá selecionar novas cidades no futuro. 

A primeira etapa do projeto-piloto prevê trabalho conjunto das forças de segurança federal, estaduais e municipais nas cidades selecionadas. Atuarão no projeto-piloto: 

  • Polícia Federal 
  • Polícia Rodoviária Federal 
  • Força Nacional de Segurança 
  • Departamento Penitenciário Nacional 
  • Polícias Civis 
  • Polícias Militares 
  • Bombeiros 

A primeira fase, que começa com a assinatura de protocolos de intenções assinados nesta quinta no Planalto, tem entre as ações previstas o reforço do policiamento. O governo identificou que é preciso melhorar a reação das forças de segurança, a fim de reduzir os índices de crimes violentos. O programa anunciado tem quatro eixos: 

  • Foco territorial: levantamento de estatísticas sobre crimes violentos apontará áreas geográficas específicas para as ações. 
  • Repressão qualificada: ação policial orientada por planos “pontuais” para desarticular grupos criminosos, identificar “suspeitos contumazes” e combater crimes. 
  • Prevenção socioeconômica: ações às populações das cidades nas áreas de educação, esporte, lazer, saúde e outros. 
  • Governança e gestão: gerenciamento do programa, com o controle e monitoramento das ações planejadas e especificadas por meio de indicadores e metas em cada uma das áreas. 

Segunda fase 

A segunda fase do projeto-piloto prevê a criação de políticas públicas adaptadas à realidade de cada município para complementar a pretendida redução da violência. 

A partir dos estudos que serão realizadas nos cinco municípios, o governo pretende identificar fatores de risco e vulnerabilidade que auxiliam nos altos índices de violência das regiões, a fim de preparar ações na área social para as respectivas comunidades. 

“É importante nós retirarmos de circulação o criminoso violento, mas também temos que enfrentar as causas da criminalidade, eventualmente relacionadas à degradação urbana, ao abandono. Precisamos aliar políticas de segurança sólidas com políticas de outra natureza”, afirmou o ministro Sérgio Moro na cerimônia. 

O governo identificou que outros planos de combate à criminalidade reduziram índices de violência com aumento do policiamento. Porém as taxas voltaram a subir a partir da redução do trabalho policial. As ações envolverão o trabalho conjunto de 10 ministérios: 

  • Justiça e Segurança Pública 
  • Casa Civil 
  • Secretária-Geral 
  • Secretaria de Governo 
  • Cidadania 
  • Saúde 
  • Educação 
  • Economia 
  • Desenvolvimento Regional 
  • Mulher, Família e Direitos Humanos 

FONTE: Informações | G1 

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