Caixa estende para 35 anos prazo de financiamento do programa Casa Verde e Amarela

Medida permitirá uma redução no valor das parcelas dos financiamentos

A Caixa Econômica Federal (CEF) iniciou no dia 1º de setembro a oferta do financiamento imobiliário do programa Casa Verde e Amarela (CVA) do governo federal com prazo maior. Com a lei 14.438/22, o prazo máximo foi ampliado de 30 para 35 anos.

A medida permitirá uma redução no valor das parcelas dos financiamentos, dado que o valor principal fica diluído ao longo de um período maior de amortização. Isso deve ajudar a estimular a compra de imóveis através do programa.

A Caixa calcula que para famílias com renda de até R$ 8.000 mensais, o novo prazo levará a uma queda de 5% a 7,5% no valor das prestações.

O banco público opera o CVA quase sozinho, respondendo por 99,9% da aplicação de recursos do programa. O orçamento estimado para este ano é de R$ 68 bilhões, segundo o banco público, que espera um estímulo ao setor com a medida.

Em julho, após aprovação do Conselho Curador do FGTS, a Caixa fez mudanças nas condições de contratação de financiamentos com recursos do Fundo, que incluíram a ampliação das faixas de renda permitidas.

Mercado projeta crescimento

O mercado imobiliário deve crescer entre 4,5% e 5% em 2022, segundo uma projeção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) Trata-se de um resultado positivo, considerando que, segundo publicação do Valor Investe, a coordenadora de Projetos da Construção do instituto estimava uma expansão de apenas 3,5%.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o mercado avançou 2,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro, a melhor performance desde o terceiro trimestre de 2021 (4,4%). Em relação ao primeiro trimestre do último ano, o crescimento foi de 9,9%. Ainda assim, o mercado está mais de 20% abaixo do pico registrado no primeiro semestre de 2014.

Para o presidente executivo do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), Ely Wertheim, o segundo semestre deve seguir turbulento. Em entrevista publicada pela Jovem Pan, ele afirmou que o mercado imobiliário não deve crescer muito na segunda metade do ano, por conta de “um ambiente macroeconômico um pouco deteriorado, considerando fatores como as eleições, Copa do Mundo de futebol e a taxa de juros alta”.

Wertheim também cita a alta da taxa Selic, que prejudica os financiamentos imobiliários e, quanto aos custos ao consumidor, prevê um processo inflacionário menor. O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) definiu a nova meta para a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.

“Depois de dois anos de euforia, o mercado imobiliário retornou a patamares saudáveis”, diz Leo Ribeiro, especialista em mercado imobiliário e fundador da Domus. “Apesar da diminuição no volume de negócios, eles continuam acontecendo, afinal o déficit habitacional no Brasil continua alto e o maior sonho das famílias ainda é ter sua casa própria”.

Estadão Conteúdo

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