Artistas realizam na rua performance vetada pelo governador do Rio de Janeiro

O governador Wilson Witzel (PSC) afirmou que a causa do veto foi a nudez completa de uma personagem. Entretanto, o ato ocorreu em frente à Casa França-Brasil, instituição do governo estadual em cujo interior seria promovida a atividade, antes da proibição do governo.

No último domingo (13), o coletivo de artistas És uma Maluca, que teve uma encenação proibida pela Secretaria Estadual de Cultura do Rio, realizou na noite de ontem (14), na rua a mesma encenação, em protesto contra o que classificou de censura.

O governador Wilson Witzel (PSC) afirmou que a causa do veto foi a nudez completa de uma personagem. Embora conteste a justificativa, a atriz usou um vestido e lingerie. A Polícia Militar também esteve no local. Inicialmente, dez policiais do 5º BPM foram ao local. Segundo os policiais a intenção era impedir o ato, já que não havia autorização da prefeitura.

Às 18h25, no entanto, artistas lançaram milhares de baratas de plástico sobre os paralelepípedos de uma área de pedestres em frente à Casa França-Brasil e a atriz, deitou-se entre elas. Uma minúscula caixa de som ao lado entoava, em volume quase imperceptível, discursos do presidente Jair Bolsonaro, inclusive exaltando o coronel Brilhante Ustra (1932-2015), ex-chefe DOI-Codi/SP durante o governo militar (1964-1985).

A cena era uma referência ao depoimento da ex-presa política Lucia Murat. Em 2013, ela contou à Comissão Nacional da Verdade que os torturadores “puseram baratas passeando” pelo seu corpo e colocaram uma barata na sua vagina.

A encenação encerraria a exposição “Literatura Exposta”. O curador, Álvaro Figueiredo, classificou a proibição como censura. Em entrevista no domingo, o governador do Rio negou ter censurado a ação. Segundo ele, inicialmente a performance não era prevista. “O contrato foi descumprido e, uma vez descumprido, não pode ser executado”, declarou.

O curador Álvaro Figueiredo veiculou no Facebook um e-mail recebido na quinta-feira (10) da Casa França-Brasil. No texto, a instituição demonstrava conhecer que a performance aconteceria, tanto que exigiu que apenas maiores de 18 anos pudessem assisti-la.

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