Agosto: mês de conscientização sobre o câncer de pulmão

Médica do Ambulatório de Oncologia, Dra. Julia Cordeiro, falou sobre sintomas, tratamento e prevenção

 

A campanha Agosto Branco faz um alerta para um dos cânceres mais incidentes na população: o câncer de pulmão. Segundo as estimativas 2023 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro mais comum em homens (18.020 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (14.540 casos novos) – sem contar o câncer de pele não melanoma.

Conversamos com a médica do Ambulatório de Oncologia da Santa Casa, Dra. Julia Cordeiro, que destacou a importância da ação. “É uma doença de grande incidência e merece muita atenção”, frisou.

Sintomas

Os sintomas de câncer de pulmão variam de pessoa para pessoa e muitas vezes a doença nem apresenta sintomas em seus estágios iniciais. No entanto, qualquer um destes sintomas merece uma consulta ao médico:

– Tosse que não passa ou piora com o tempo

– Dor no peito que não passa e piora quando a pessoa respira fundo, tosse ou dá risada

– Dor no braço ou no ombro

– Tossir sangue ou catarro com cor de ferrugem

– Falta de ar, chiado no peito ou rouquidão

– Crises repetidas de bronquite ou pneumonia

– Inchaço do rosto ou pescoço

– Perda de apetite ou de peso inexplicáveis

– Fraqueza ou cansaço

Fatores de risco

Vale lembrar que fatores de risco aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai obrigatoriamente ter câncer de pulmão. “O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco, destacando-se hoje em dia uso cada vez mais abusivo do cigarro eletrônico. Os fumantes possuem cerca de 20 vezes mais risco”, ressaltou a médica.

– Fumo: o fumo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão e vários outros, como boca, garganta, faringe, laringe, estômago, fígado, pâncreas, rins, bexiga e leucemias, e causa 30% das mortes por câncer. Mesmo para o tabagista passivo, o risco é de pelo menos três vezes mais que o de uma pessoa não exposta à fumaça do cigarro. Quanto maior o consumo de tabaco, maior o risco de desenvolvimento do câncer de pulmão. O raciocínio inverso é verdadeiro: as pessoas que param de fumar reduzem consideravelmente o risco de desenvolver câncer.

– Histórico familiar de câncer de pulmão.

– Exposição a substâncias como radônio, arsênico, cromo, níquel, fuligem e amianto.

– Radioterapia anterior na região do tórax.

– Poluição do ar.

– Doenças pulmonares como a tuberculose.

Tratamento

As principais formas de combater o câncer de pulmão são por meio de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. A cirurgia e a radioterapia podem ser feitas com objetivo de cura na doença inicial. E, no cenário de doença metastática, a quimioterapia e a imunoterapia cumprem o papel de impedir a progressão do tumor. “De forma resumida, a quimioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos específicos para destruir as células doentes que formam um tumor. Já a radioterapia consiste na utilização de radiações ionizantes para eliminar um tumor ou, ao menos, impedir que suas células aumentem”, explicou Dra. Julia.

Prevenção

– Não fumar. A melhor maneira de reduzir o risco de câncer de pulmão é não fumar e evitar a exposição passiva à fumaça do cigarro. Se você parar de fumar antes de desenvolver um câncer, seu tecido pulmonar danificado gradualmente se repara. Independente de sua idade ou do tempo em que fumou, parar pode reduzir o risco da doença.

 – Evitar a exposição ao radônio. O radônio é uma importante causa do câncer de pulmão. Você pode diminuir e melhor, evitar a exposição ao radônio verificando a sua presença em sua casa.

 – Limitar a exposição a substâncias químicas cancerígenas. Evitar a exposição a produtos químicos cancerígenos conhecidos, no local de trabalho e em outros lugares, também é importante. As pessoas que trabalham em locais onde estão expostas a esses produtos são acompanhadas de perto para que a exposição seja a menor possível.

– Manter uma dieta saudável. Uma dieta saudável, com frutas e vegetais também pode ajudar a reduzir o risco de câncer de pulmão. Algumas evidências sugerem que uma dieta rica em frutas e vegetais ajuda a proteger da doença em fumantes e não fumantes.

Agosto Branco: porque a prevenção é tão importante?

Quando falamos em câncer, a detecção precoce desempenha um papel fundamental no sucesso do tratamento. “Quando realizamos o diagnóstico nos estágios iniciais da doença, as chances de sucesso e as opções de tratamento são maiores. No entanto, quando encontramos a doença em fases mais avançadas, tanto as chances quanto as opções de tratamento reduzem drasticamente”, alertou a especialista.

Por isso o Agosto Branco é tão importante, “pois busca trazer mais conhecimento acerca desse tema e seu objetivo maior é fazer com que pessoas que pertencem aos grupos de risco busquem auxílio médico para ter o acompanhamento necessário”, complementou.

Sobre o Ambulatório de Oncologia

É preciso manter a consulta em dia, pelo menos uma vez ao ano ou a qualquer sinal de alerta para um exame completo.  Esses cuidados simples diminuem os riscos do desenvolvimento da doença e prolongam a sua vida.

O Ambulatório de Oncologia fica localizado na rua Tocantins, ao lado da Ouvidoria do Hospital. O espaço é confortável e acolhedor para tratar, ainda melhor, os usuários. A estrutura é composta de recepção, sala de infusão, armazenamento de quimioterápico, sala de atendimento da equipe multiprofissional, além de consultório do oncologista clínico e farmácia oncológica. 

O serviço conta com uma equipe multidisciplinar completa, proporcionando mais eficiência e agilidade na realização do diagnóstico. Os pacientes são acompanhados por médicos, enfermeiros, nutricionista, psicólogo, farmacêutico e assistente social. 

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