Estudo aponta predomínio da variante P1 da Covid em Rio Preto

Monitoramento é feito desde outubro do ano passado; pesquisa indicou rápida disseminação e prevalência da P1 a partir de fevereiro, aumento de casos da doença em grupos mais jovens e baixa incidência em idosos acima de 70 anos, que já estavam vacinados.

Um estudo apontou o predomínio da variante P1 (Gamma) da Covid-19 em São José do Rio Preto (SP).

De acordo com as informações da Faculdade de Medicina de Rio Preto – Famerp, o monitoramento das variantes é realizado na região desde outubro do ano passado, depois que a P1 foi constatada em Manaus e se espalhou pelo país.

As análises para este estudo foram realizadas com dados epidemiológicos do município e com um total de 272 genomas completos de SARS-CoV-2 de Rio Preto e região. O estudo também analisou as taxas de transmissão do vírus e a correlação com as taxas de isolamento social.

Os dados da pesquisa indicaram a rápida disseminação e prevalência da P1 em Rio Preto a partir de fevereiro e a substituição às oito variantes da doença que circulavam na cidade.

“O domínio dessa variante está associado ao aumento de casos graves (127%) e mortes (162%) em março e abril de 2021, se comparado ao período anterior à introdução de P1, sendo ela presente em mais de 96% dos genomas sequenciados a partir de março desse ano”, diz o virologista Maurício Lacerda Nogueira, pesquisador da Famerp.

O estudo apontou que o aumento de casos da doença foi maior em grupos mais jovens, indicando que pessoas com idades entre 45 e 64 anos apresentam duas vezes mais risco de morte relacionado à infecção com a linhagem P1.

Além disso, foi constatado um aumento de 109% de casos graves em indivíduos abaixo de 70 anos, enquanto nas pessoas acima de 70 anos, que já estavam imunizadas, houve aumento de 19%.

Ainda segundo a Famerp, os dados reforçam os efeitos da vacinação e a necessidade de uma imunização rápida e massiva na população.

“Este estudo comprova a maior gravidade e o grande impacto que a variante P1 causou em Rio Preto, com reflexos significativos na mortalidade dos jovens. Demonstramos com dados epidemiológicos que o isolamento social está diretamente relacionado à taxa de transmissão, sendo muito claro o efeito benéfico do lockdown parcial de março, sem o qual o esgotamento do sistema hospitalar seria inevitável”, explica Maurício Nogueira.

“Ainda fica evidente o excelente papel das vacinas usadas na época na proteção de casos graves e óbitos. Em conjunto, os dados nos deixam mais otimistas com o aumento do número de vacinados e a queda nas taxas de transmissão”.

A pesquisa foi feita pelo Laboratório de Pesquisas em Virologia da Faculdade de Medicina de Rio Preto – Famerp e no Hospital de Base (HB) de Rio Preto, em parceria com Unesp, USP, Fundação Bill & Melinda Gates, Universidade de Washington, University of Texas Medical Branch e pela Secretaria Municipal de Saúde.

O estudo completo está disponível em formato de preprint e pode ser lido na íntegra, em inglês, neste link.

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